Anadia/AL

27 de julho de 2024

Anadia/AL, 27 de julho de 2024

Mais de um terço de reféns israelenses na Faixa de Gaza estão mortos, diz exército de Israel

Mais de um terço dos reféns ainda detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza estão mortos, de acordo com um levantamento do governo israelense divulgado nesta terça-feira (4). Israel lamentou ainda a informação divulgada na véspera da morte de outros quatro reféns.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 4 de junho de 2024

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Uma nuvem de fogo e fumaça preta surge momentos depois de um ataque aéreo israelense ter atingido um prédio residencial na cidade de Bureij, no centro da Faixa de Gaza, em 3 de junho de 2024. AFP - BASHAR TALEB

Das cerca de 250 pessoas sequestradas no enclave palestino durante o ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, várias dezenas foram libertadas graças a uma trégua concluída em novembro, enquanto outros foram resgatados – vivos ou mortos – pelas tropas israelenses.

Segundo Israel, 120 pessoas ainda estão sendo mantidas refém, 43 das quais foram declaradas mortas pelas autoridades israelenses com base em várias fontes, incluindo informações do serviço secreto, vídeos de câmera de vigilância ou análises médico-legais.

Autoridades israelenses disseram que o número de mortes pode ser maior.

O Hamas, que no início da guerra ameaçou executar reféns em retaliação aos ataques aéreos israelenses, afirma que os bombardeios causaram a morte dos reféns.

Israel, que não excluiu a hipótese em certos casos, declarou que alguns dos corpos de reféns encontrados apresentavam sinais de execução.

Mais quatro reféns mortos

Na segunda-feira, o exército israelense anunciou a morte de quatro reféns ainda nas mãos do Hamas.

Num comunicado, o exército afirmou que “informou as famílias de Chaïm Peri, Yoram Metzger, Amiram Cooper e Nadav Popplewell” da morte dos quatro reféns sequestrados durante o ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro e levados para a Faixa de Gaza. Os corpos ainda estão nas mãos do Hamas, acrescentou a mensagem.

“Acreditamos que os quatro (reféns) foram mortos enquanto estavam juntos numa área de Khan Yunis (sul de Gaza), durante uma operação contra o Hamas”, disse o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz do exército.

Amiram Cooper, 84, Yoram Metzger, 80, e Chaïm Peri, 80, eram do kibutz Nir Oz, onde foram sequestrados. Nadav Popplewell, um cidadão britânico-israelense, foi sequestrado no kibutz Nirim.

“Estou profundamente triste ao saber da morte de Nadav Popplewell. Com um novo acordo sobre a mesa, reiteramos o nosso pedido ao Hamas para libertar os reféns”, disse o chefe da diplomacia britânica, David Cameron, na rede social X.

Roteiro americano

O plano anunciado sexta-feira à noite pelo presidente americano Joe Biden – um roteiro proposto por Israel, segundo ele – prevê numa primeira fase um cessar-fogo de seis semanas acompanhado por uma retirada israelense das áreas densamente povoadas de Gaza, a libertação de certos reféns – mulheres e doentes – e prisioneiros palestinos.

Mas Israel considerou a proposta “incompleta”, segundo o porta-voz do governo David Mencer. “As alegações de que concordamos com um cessar-fogo sem que as nossas condições fossem cumpridas são incorretas”, disse Netanyahu.

Israel repete constantemente as condições: a “destruição” do Hamas e a libertação “de todos os reféns”.

O Hamas, que ainda não deu uma resposta final, disse que considera o plano “positivamente”, ao mesmo tempo que reitera as suas exigências de um cessar-fogo permanente e de uma retirada total dos militares israelenses de Gaza antes de qualquer acordo.

“Apelo que todas as partes cheguem imediatamente a um acordo para alcançar um cessar-fogo e libertar os reféns. Não há alternativa: qualquer atraso custa vidas todos os dias”, disse na terça-feira, o enviado da ONU para o Médio Oriente, Tor Wennesland, ao regressar de uma visita à Gaza, onde disse ter visto “os impactos devastadores” da guerra.

As exigências contraditórias reiteradas pelas partes em conflito e as reações vindas de Israel lançam dúvidas crescentes sobre o plano, à medida que se multiplicam os apelos em todo o mundo para encerrar o conflito que entra no seu nono mês esta semana.

Os países do G7 afirmaram apoiar “totalmente” o plano apresentado por Joe Biden. E os Estados Unidos anunciaram um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU para apoiar o acordo proposto em Gaza.

Ataques israelenses continuam

No território palestino sitiado e devastado por quase oito meses de guerra, os bombardeamentos israelenses continuaram nas primeiras horas desta terça-feira, principalmente em al-Bureij (centro), onde fontes hospitalares locais relataram várias mortes.

No norte de Israel, os bombeiros e o exército tentavam na terça-feira controlar os incêndios florestais após o lançamento de foguetes do vizinho Líbano, sendo a fronteira libanesa-israelense palco de tiroteios quase diários desde o início da guerra em Gaza.

Fonte: RFI

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