Por Otávio Rosso
Durante cerimônia em comemoração aos 80 anos do Instituto Rio Branco, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez duras declarações contra o que classificou como uma tentativa coordenada de desestabilizar a democracia brasileira. O chanceler condenou a atuação de brasileiros em “conluio” com forças estrangeiras e reiterou o compromisso do Itamaraty com a defesa da soberania nacional.
“Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras”, declarou. “Nesse ultrajante conluio, que tem como alvo a nossa democracia, os fatos e a realidade não importam para os que se erigem em veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras.”
A fala de Mauro Vieira ocorre após o presidente americano, Donald Trump, elevar para 50% a tarifa sobre produtos brasileiros. A medida, justificada por Trump em carta enviada ao governo brasileiro, vem acompanhada de críticas aos processos judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro no STF. Além disso, os EUA anunciaram o cancelamento de vistos de ministros da Corte e sanções mais duras ao ministro Alexandre de Moraes.
Em sua fala, o chanceler reafirmou o compromisso do Brasil com suas instituições e com o Estado de Direito. “Sejamos claros: nossa sociedade democrática e suas instituições derrotaram uma tentativa de golpe militar, cujos responsáveis estão hoje no banco dos réus, em processos transparentes, transmitidos pela TV em tempo real, com direito à ampla defesa. A Constituição Cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação. Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis.”
Sem citar nomes, Vieira também criticou aqueles que, segundo ele, insistem em reviver ideias autoritárias e buscar apoio internacional para enfraquecer a ordem constitucional brasileira. “Saudosistas declarados do arbítrio e amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional”, enfatizou.
O chanceler reforçou ainda o papel do Itamaraty na defesa institucional: “É missão desta Casa defender a Carta e a nossa ordem institucional. O Brasil precisa de uma diplomacia serena, firme e desassombrada para navegar a desordem.”
Ao encerrar seu discurso, Mauro Vieira fez uma defesa enfática do multilateralismo como princípio orientador da política externa brasileira. “É para termos uma ordem internacional com sustentáculo no multilateralismo, com peso, embasamento e vigência real, que o Brasil atua por um mundo multipolar. O Brasil não pode deixar de favorecer uma redistribuição do poder global. Atuaremos, sem trégua, por uma multipolaridade.”
Redação C/ Brasil 247
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