Anadia/AL

26 de abril de 2025

Anadia/AL, 26 de abril de 2025

“Me sinto liberta de uma vida de farsas”, diz empresária alagoana que denunciou ex por violência doméstica

''As declarações foram feitas após Giuliana usar as redes sociais, na última segunda-feira (21), para denunciar publicamente os anos de violência que enfrentou — patrimonial, psicológica e física.''/ 16:25 hs

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 23 de abril de 2025

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Reprodução/Instagram

Por: Raíssa França

A empresária alagoana Giuliana Omena, de 33 anos, decidiu romper o silêncio após quase 16 anos em um relacionamento marcado por abusos psicológicos, patrimoniais e físicos, conforme denunciou. Com medo do ex-companheiro Igor Fabiano Santana, ela deixou Maceió e atualmente vive fora do Brasil. Em entrevista ao Eufêmea, ela afirmou que, após expor as denúncias, sente-se “liberta de uma vida de farsas”.

As declarações foram feitas após Giuliana usar as redes sociais, na última segunda-feira (21), para denunciar publicamente os anos de violência que enfrentou — patrimonial, psicológica e física.

“Achava que violência era só quando se apanha”

Durante o relacionamento, Giuliana disse que acreditava que a violência só existia quando havia agressão física explícita. “Eu achava que uma mulher só era agredida se levasse um soco no rosto. Ou se fosse espancada ao ponto de ter que ser socorrida no hospital”, disse.

No entanto, ela passou anos sendo submetida a diferentes formas de agressão. “Meu ex-marido, em um acesso de fúria, arremessava objetos dentro de casa e isso já era violência. Ele quebrar meu escritório com a loja em pleno funcionamento, no mês de maior movimento do comércio, era uma violência extrema”, relatou.

Um dos episódios que mais a marcou foi quando ele jogou um celular em sua direção. “Por muita sorte não me atingiu, mas só depois compreendi que aquilo já era uma agressão.”

Ela também citou que apesar de ser dona da loja, o ex-companheiro controlava o dinheiro da loja, impedia que ela tivesse acesso às contas bancárias e sequer permitia que ela tivesse cartões de crédito ou débito. “Eu ia fazer as unhas e precisava ligar para ele pedindo dinheiro para pagar. Isso me gerava ansiedade, porque muitas vezes ele nem atendia o telefone”, contou.

A violência, no entanto, não parava por aí. De acordo com ela, o ex-companheiro chegou a forjar documentos para descredibilizá-la emocionalmente. Ele tentou apresentá-la como uma mulher com transtornos mentais, forjando inclusive um laudo psicológico para tentar interná-la.

Saída do Brasil

Em fevereiro deste ano, após mais uma discussão, Igor deixou a casa onde moravam. Giuliana, que estava recém-operada há 30 dias, foi deixada sem dinheiro e sem cartões. No mês seguinte, ela registrou um boletim de ocorrência, deu início ao processo judicial e conseguiu uma medida protetiva. Por temer pela própria segurança, Giuliana decidiu deixar o Brasil.

“Eu quero paz”

A reportagem conversou com a empresária, que ainda se sente muito abalada com tudo o que aconteceu. Ao mesmo tempo em que se sente liberta de uma vida de farsas, ela diz que carrega a culpa por ter “demorado tanto para pedir ajuda”.

“Sinto também medo do que está por vir, porque sei que a batalha judicial será grande. A única coisa que desejo é paz”, afirmou.

O que motivou Giuliana a denunciar o ex-companheiro foi, acima de tudo, o medo. Apesar de estar fora do Brasil, ela relata que os abusos psicológicos continuaram de forma velada, inclusive com tentativas de boicote à sua loja.

“Eu preciso tirar essa máscara e o peso que carreguei todos esses anos, de viver uma ilusão e sustentar nas minhas costas um fardo que não era meu. Nunca foi”, concluiu.

O Eufêmea entrou em contato com o ex-companheiro da vítima, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.

Redação com Eu fêmea 

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