Anadia/AL

23 de novembro de 2024

Anadia/AL, 23 de novembro de 2024

Mercado financeiro lança seus candidatos “independentes”

A "turma do poder" já teceu planos e estratégias para devorar o país, no costumeiro apetite predatório que lhes é peculiar.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 14 de junho de 2024

politica

TarcÍsio de Feitas e Roberto Campos Neto (Foto: Sergio Barzaghi/Governo do Estado de SP | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Blog Florestan Fernandes Jr

A extrema-direita está de volta, dando as cartas através dos seus principais governadores, líderes do bolsonarismo, do mercado financeiro e da mídia corporativa nacional. Vieram em seu estilo próprio, o da “lacração”, que domina hoje as redes sociais fascistas e inflama os afetos dos incautos.

A turma da Faria Lima, sem qualquer constrangimento, aderindo às fake-news, espalhou toda espécie de cizânia, visando a desestabilização do governo federal. Foi o que vimos durante esta semana, com os fuxicos recentes de que Rui Costa teria pedido a cabeça de Haddad, ou ainda que o próximo Ministro da Fazenda seria indicado por Mercadante.

Nesse cenário de busca incessante de desestabilização, os golpistas aparecem serelepes, livres, leves, soltos e engajados, ombreados com a grande mídia e o mercado financeiro na campanha para a sucessão presidencial. O interesse é um só: “business”.

As movimentações nesse sentido se deram em encontros nababescos. Um deles no mês passado, patrocinado pelo “golden boy” da Rede Globo, Luciano Huck. Também mais recentemente em um jantar oferecido pelo governador paulista no Palácio dos Bandeirantes. Os dois encontros tinham como principais comensais o governador Tarcísio de Freitas e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Nas festas de Babete tupiniquim, foram servidos na bandeja aos banqueiros e homens do mercado financeiro, o candidato à sucessão de Lula, o atual governador paulista e, como seu homem na Fazenda, o atual presidente do Banco Central “independente”, Roberto Campos Neto. Entre goles e garfadas, a “turma do poder”, teceu planos e estratégias para devorar o país, no costumeiro apetite predatório que lhes é peculiar.

Os neoliberais precisaram de apenas seis anos (dois de Temer e quatro de Bolsonaro) para sedimentar uma política econômica muito bem amarrada com as emendas parlamentares e com a ação de um Banco Central “autônomo”, que mantém uma taxa de juros imoral, em patamares estratosféricos e injustificável. Tudo isto atendendo aos seus interesses e apetites.

Mas não só os rentistas. Além deles, parte do andar de cima da pirâmide social se deleita ainda com os incentivos fiscais criados em 2013, com a desoneração da folha salarial, que atende 17 setores da economia. Um rombo no orçamento do governo de mais de 26 bilhões de reais, apenas em 2024. Essa benesse custeada com o dinheiro do contribuinte, não tem sequer prestação de contas sobre a sua própria razão de existir: a preservação dos empregos.

Seria importante que empresas como a Rede Globo, por exemplo, beneficiadas com descontos nos impostos, apresentassem o balanço de empregos preservados nos últimos 10 anos. Uma manifestação de transparência. Aquela mesma que tanto cobra da administração pública, e que não apresenta quando se trata do uso de dinheiro público – e desoneração da folha diz respeito a dinheiro público, sim! Mas o fato é que não estão nem aí. Cobram de Fernando Haddad o equilíbrio fiscal que eles próprios não respeitam.

Lembro que em 2002 conversei com um ex-diretor da área econômica da família Marinho, que durante anos tinha que definir os investimentos das fortunas pessoais dos donos e das aplicações dos recursos bilionários da empresa.

Ou seja, pressão de todos os lados com a cobrança de rigor fiscal apertado, mas abrir mão da desoneração, jamais! Farinha pouca, meu pirão primeiro! E assim caminha a cruzada contra o Brasil.

Antes de embarcar para o G7, Lula disse que “o aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão alcançar a meta de déficit, sem comprometer os investimentos”. Foi a deixa para o tal mercado ficar nervosinho, com o dólar subindo e a bolsa caindo.

É apenas uma ideia de quem vê, desolado, que o deus mercado venceu mais uma, e que Haddad se vê agora obrigado a revisar gastos do governo. O nosso suado dinheirinho vale mais nas mãos do mercado, do que nas mãos dos trabalhadores, esta massa que efetivamente produz as riquezas do país.

Redação com Brasil 247

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