Por Igor Mello
O vereador Jorge Felippe (PSD-RJ), presidente da Câmara de Vereadores do Rio entre 2011 e 2020, vem recebendo um apoio controverso na sua tentativa de obter mais uma reeleição. Trata-se do policial militar Alex Beraldo, citado no relatório final da CPI das Milícias como integrante de um grupo paramilitar na Zona Oeste do Rio. Fontes na área de inteligência consultadas pela coluna confirmam que ele é investigado, embora não responda a nenhum processo na Justiça.
Beraldo já tentou diversas vezes se eleger para mandatos políticos e, em 2018, chegou a se candidatar a deputado federal em dobradinha com a deputada estadual Lucinha (PSD), denunciada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como braço político da maior milícia do Rio. Na ocasião, o MP chegou a abrir um procedimento preparatório eleitoral para investigá-los por um possível apoio da milícia, que configuraria abuso de poder político e econômico, mas o caso não foi à frente.
Miliciano foi nomeado em órgão controlado pelo clã Felippe
A aproximação coincide com o loteamento político do Iterj (Instituto de Terras do Estado do Rio de Janeiro) pelo governo Cláudio Castro. Em busca de apoio à sua reeleição, o governador entregou o controle do órgão de regularização fundiária para a família Felippe. Mariana Felippe, esposa do deputado estadual Jorge Felippe Neto (Avante), foi nomeada como diretora de Regularização Fundiária em junho de 2021. Meses depois, Beraldo foi nomeado como assessor no Iterj.
Ele retribuiu na campanha de 2022. Apoiou ostensivamente a reeleição de Jorge Felippe Neto e os dois chegaram a discursar juntos em atos de campanha na zona oeste. Um assessor de Jorge Felippe na Câmara de Vereadores chegou a compartilhar um post no Facebook em que Beraldo é referido como um dos coordenadores da campanha.
Agora em 2024, Beraldo usou seus perfis nas redes sociais para deixar claro o apoio a Jorge Felippe. Ele colocou um santinho do ex-presidente da Câmara como sua foto de perfil e escreveu: “Esse e o meu vereador do RJ”.
Procurado, o deputado estadual Jorge Felippe Neto afirmou que “verificou a situação do policial e constatou que não há nenhum inquérito ou processo criminal em andamento contra ele, e que o mesmo segue em sua função como policial militar da ativa”. Ele também afirma que tem “compromisso incansável” com o combate a atividades criminosas. O vereador Jorge Felippe não respondeu.
Redação com Colunista Juliana Del Piva