🔰 Por Henrique Rodrigues
O motim vergonhoso e criminoso empreendido por parlamentares bolsonaristas esta semana no Congresso Nacional, que tentaram à força impedir a retomada dos trabalhos legislativos para que a famigerada pauta da anistia aos extremistas do 8 de janeiro fosse colocada em votação, foi muito além das imagens lamentáveis que circularam Brasil afora.
No caso da Câmara, em que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi impedido de chegar à mesa diretora e de se sentar em sua cadeira, as ameaças não se restringiram à perna atravessada de Zé Trovão (PL-SC) obstruindo a passagem, aos gritos histéricos e violentos de Marcelo Van Hattem (Novo-RS) e de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) ou à deprimente cena de Júlia Zanatta (PL-SC) usando a filha de meses como escudo humano: havia pelo menos dois parlamentares com armas de fogo na cintura.
A Fórum apurou com duas fontes de Brasília, com livre circulação e convívio com o poder no Congresso, que ao menos dois desses deputados estavam portando pistolas automáticas na cintura, ocultadas pelo paletó. Nas inúmeras imagens do quiproquó não é possível explicitar tal fato, mas esses interlocutores confirmaram que tal informação era de conhecimento da maioria dos parlamentares bolsonaristas que participavam do vexame iniciado após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que é relator da ação penal que tramita na Corte e julga a tentativa de golpe de Estado levada ao cabo entre o final de 2022 e o começo de 2023.
De acordo com as fontes, os dois deputados federais são egressos da área de segurança pública e as armas não seriam ilegais, tampouco os portes. O problema é que a ilegalidade flagrante e escandalosa está em mantê-las consigo dentro do Congresso Nacional, algo que é expressamente proibido desde 5 de dezembro 1963, quando, no dia anterior, o então senador Arnon de Mello (PDC-AL), pai de Fernando Collor de Mello, que viria a ser o primeiro presidente da República eleito após o fim da ditadura militar, matou com um tiro “por engano” o também senador José Kairala (PSD-AC), ao tentar atingir seu adversário alagoano Silvestre Péricles de Góis Monteiro (PST-AL).
O assassinato, o único ocorrido dentro do parlamento brasileiro na História, serviu de ponto de partida para aprovação de uma nova norma que veta o porte de arma dentro de qualquer dependência do Congresso Nacional, especialmente nos plenários da Câmara e do Senado. O texto segue valendo até hoje, em que pese o fato de um deputado bolsonarista desconhecido, José Medeiros (PL-MT), ter apresentado um Projeto de Lei em 2023 para tornar o porte de arma livre para todos os políticos com mandato nas duas Casas congressuais.
A Fórum entrou em contato com a assessoria de imprensa do presidente da Câmara Hugo Motta, para saber se o deputado já tomou conhecimento de tal suposto fato e, em caso positivo, se tem algum tipo de posicionamento em relação ao assunto. A reportagem segue aguardando a manifestação do parlamentar.
🔰 Fonte: Revista Fórum
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