Anadia/AL

9 de agosto de 2025

Anadia/AL, 9 de agosto de 2025

Motim na Câmara teve ao menos 2 bolsonaristas armados na chegada de Motta

Como milicianos, parlamentares extremistas não só partiram fisicamente para intimidação contra presidente da Casa, mas infringiram norma de 1963 que veta expressamente armas no Congresso.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 9 de agosto de 2025

Politica 1

Hugo Motta, presidente da Câmara, em meio ao motim promovido por bolsonaristas - Créditos: Fátima Meira/Agência Enquadrar/Folhapress

🔰 Por Henrique Rodrigues

O motim vergonhoso e criminoso empreendido por parlamentares bolsonaristas esta semana no Congresso Nacional, que tentaram à força impedir a retomada dos trabalhos legislativos para que a famigerada pauta da anistia aos extremistas do 8 de janeiro fosse colocada em votação, foi muito além das imagens lamentáveis que circularam Brasil afora.

No caso da Câmara, em que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi impedido de chegar à mesa diretora e de se sentar em sua cadeira, as ameaças não se restringiram à perna atravessada de Zé Trovão (PL-SC) obstruindo a passagem, aos gritos histéricos e violentos de Marcelo Van Hattem (Novo-RS) e de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) ou à deprimente cena de Júlia Zanatta (PL-SC) usando a filha de meses como escudo humano: havia pelo menos dois parlamentares com armas de fogo na cintura.

Fórum apurou com duas fontes de Brasília, com livre circulação e convívio com o poder no Congresso, que ao menos dois desses deputados estavam portando pistolas automáticas na cintura, ocultadas pelo paletó. Nas inúmeras imagens do quiproquó não é possível explicitar tal fato, mas esses interlocutores confirmaram que tal informação era de conhecimento da maioria dos parlamentares bolsonaristas que participavam do vexame iniciado após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que é relator da ação penal que tramita na Corte e julga a tentativa de golpe de Estado levada ao cabo entre o final de 2022 e o começo de 2023.

De acordo com as fontes, os dois deputados federais são egressos da área de segurança pública e as armas não seriam ilegais, tampouco os portes. O problema é que a ilegalidade flagrante e escandalosa está em mantê-las consigo dentro do Congresso Nacional, algo que é expressamente proibido desde 5 de dezembro 1963, quando, no dia anterior, o então senador Arnon de Mello (PDC-AL), pai de Fernando Collor de Mello, que viria a ser o primeiro presidente da República eleito após o fim da ditadura militar, matou com um tiro “por engano” o também senador José Kairala (PSD-AC), ao tentar atingir seu adversário alagoano Silvestre Péricles de Góis Monteiro (PST-AL).

O assassinato, o único ocorrido dentro do parlamento brasileiro na História, serviu de ponto de partida para aprovação de uma nova norma que veta o porte de arma dentro de qualquer dependência do Congresso Nacional, especialmente nos plenários da Câmara e do Senado. O texto segue valendo até hoje, em que pese o fato de um deputado bolsonarista desconhecido, José Medeiros (PL-MT), ter apresentado um Projeto de Lei em 2023 para tornar o porte de arma livre para todos os políticos com mandato nas duas Casas congressuais.

Fórum entrou em contato com a assessoria de imprensa do presidente da Câmara Hugo Motta, para saber se o deputado já tomou conhecimento de tal suposto fato e, em caso positivo, se tem algum tipo de posicionamento em relação ao assunto. A reportagem segue aguardando a manifestação do parlamentar.

🔰 Fonte: Revista Fórum

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