Por: Livia Camilo
O Ministério Público Federal (MPF) colocou o empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, patrocinadora máster do Corinthians, como peça central de crimes financeiros na “Operação Integration”. A investigação da PF apura, desde 2024, irregularidades ligadas ao mercado de apostas esportivas
Darwin Filho é suspeito de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e organização criminosa.
A defesa contesta e pede o trancamento das investigações, alegando que houve “usurpação de competência” por parte da Justiça Estadual ao autorizar quebras de sigilo em crimes de esfera federal.
Esquema de luxo e no exterior
Em documento obtido pelo UOL, o órgão aponta que a renda declarada do investigado é incompatível com o padrão de vida. Segundo o MPF, o empresário utilizava empresas sediadas fora do país para dissimular capital ilegal. O documento cita a HSF Gaming N.V., sediada em Curaçao, como parte da estrutura usada para a lavagem de ativos.
A análise fiscal revelou que as movimentações de Darwin superaram seus rendimentos em quase todo o período entre 2019 e 2022. O ano de 2019 foi o mais crítico, com uma disparidade de 336,95% entre o que ele ganhou oficialmente e o que gastou.
No total, o empresário movimentou mais de R$ 15 milhões no período de cinco anos.
- 2019: incompatibilidade de 336,95%
- 2020: incompatibilidade de 174,67%
- 2022: incompatibilidade de 62,21%
Os investigadores também encontraram notas fiscais que somam quase R$ 12 milhões em itens de altíssimo luxo. Segundo o MPF, os valores foram usados para comprar joias e obras de arte que não condizem com o dinheiro apresentado ao Fisco. Essa diferença patrimonial é um dos pilares da investigação.
Darwin é apontado como a figura que viabilizava operações financeiras suspeitas dentro do grupo Esportes da Sorte. Diferente de outros nomes citados na operação, a situação do empresário é considerada mais complexa pela Justiça Federal devido à materialidade dos dados fiscais e à sua atuação direta na gestão dos recursos sob investigação.
O que diz a defesa
Os advogados de Darwin Filho contestam a validade das provas e sustentam que houve erro de competência na abertura do processo. Em petição submetida à Justiça, a defesa argumenta que as medidas autorizadas pela justiça estadual são nulas.
Considerando que todos os elementos considerados pelo MPF para justificar a instauração da investigação relacionada a crimes federais decorreram da referida quebra de sigilo fiscal [autorizada por juiz estadual], deve ser determinado o imediato trancamento das investigações por falta de justa causa. Defesa de Darwin Filho
Procurada pelo UOL, a Esportes da Sorte informou que não se manifestará sobre o caso.
Com Uol/ Esporte
