Por Giovana Chavarria
A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) revelou nesta quinta-feira (16) que uma mulher, apontada como a mentora de um esquema de pirâmide financeira que lesou vítimas em Alagoas e Sergipe, foi presa em uma operação realizada na cidade de Lagarto, no interior sergipano. As investigações apontam que o golpe, disfarçado de investimento em empresas do ramo alimentício, movimentou cerca de R$ 2,5 milhões e deixou mais de 20 pessoas prejudicadas, muitas delas alagoanas.
De acordo com as apurações, a suspeita começou a atuar em Alagoas, onde se apresentava como empresária do setor de alimentos e convencia moradores locais a investir em um suposto negócio de comercialização de açaí. Ela prometia lucros mensais entre 20% e 30%, atraindo dezenas de pessoas, principalmente de Maceió e cidades do Agreste.
Segundo o delegado Bruno Alcântara, da Polícia Civil de Sergipe, o esquema seguia o modelo clássico de pirâmide financeira: o dinheiro de novos investidores era usado para pagar os rendimentos prometidos aos participantes mais antigos, criando uma falsa sensação de credibilidade e lucratividade. Quando o fluxo de novos aportes diminuía, os pagamentos cessavam, e as vítimas descobriam o golpe.
Após as primeiras suspeitas surgirem em Alagoas, a mulher deixou o estado e se estabeleceu em Sergipe, onde passou a operar com um novo discurso. Lá, ela dizia trabalhar com a venda de queijos finos, mantendo o mesmo padrão de promessas de lucros altos e rápidos. A mudança de fachada, segundo os investigadores, fazia parte de uma estratégia para dificultar o rastreamento das fraudes.
De acordo com a Lei de Crimes contra a Economia Popular (Lei nº 1.521/51), promover ou participar de esquemas de pirâmide é crime e pode resultar em pena de prisão. A conduta também pode ser enquadrada como estelionato, conforme o artigo 171 do Código Penal.
A mulher está presa à disposição da Justiça, e as autoridades seguem analisando as provas recolhidas.
Fonte: BR 104