Anadia/AL

24 de novembro de 2024

Anadia/AL, 24 de novembro de 2024

Namorada de delator do PCC revela medo de atentado durante estadia em AL; leia o depoimento

Ela contou que Antônio Gritzbach viu um homem parecido com o que o ameaçava durante jantar em Milagres / 08:14 hs

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 13 de novembro de 2024

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Reprodução

Maria Helena Paiva Antunes, de 29 anos, namorada de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto no Aeroporto Internacional de São Paulo, na sexta-feira (8), prestou depoimento e detalhou os últimos dias que passou com ele. Em seu depoimento, ela revelou que Antônio Vinícius viu um homem parecido com o que o ameaçava durante um jantar em São Miguel dos Milagres, Alagoas.

Gritzbach foi fuzilado com dez tiros, segundo registros oficiais obtidos pelo Metrópoles, quando pretendia embarcar em uma Trail Blazer blindada que o aguardava em frente ao terminal 2 do maior aeroporto do Brasil. Antes disso, ele e Maria Helena passaram alguns dias em Maceió (AL), para onde foram a convite da namorada.

Ela contou à polícia que conheceu Gritzbach por meio do Instagram e ambos começaram um namoro — que durou um ano e meio — até o dia do assassinato.

Maria Helena afirmou, de acordo com seu depoimento, que testemunhou Gritzbach comentar sobre ameaças de morte que recebia “por meio eletrônico”. Ele era jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), facção com a qual teria se envolvido na lavagem de dinheiro.

“Na quarta-feira passada, estávamos jantando em São Miguel dos Milagres, quando Antônio Vinícius comentou que teria visto no local um homem muito parecido com um dos que o ameaçavam, mas achava que talvez não fosse ele, pois o homem que o ameaçava fumava excessivamente, e aquele não estava fumando.”

Maria Helena seguiu seu depoimento afirmando que, entre os dias 5 e 6, ouviu Gritzbach conversando ao telefone com uma pessoa que lhe devia dinheiro. “Posteriormente, ele determinou que o policial militar Samuel Tillvitz da Luz e o motorista Danilo Lima Silva fossem até Maceió buscar algumas joias que seriam parte do pagamento dessa dívida.”

As joias estavam com a vítima no momento do ataque e foram entregues ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) posteriormente.

Instantes finais

Na sexta-feira em que Gritzbach foi assassinado, o policial militar Samuel Tillvitz foi antes do casal de namorados ao aeroporto de Maceió, de carro, onde teria despachado sua arma de fogo. Ele aguardou a chegada de Gritzbach e Maria Helena, que foram até o embarque em um transfer, saindo do hotel onde estavam hospedados por volta das 8h30.

Maria Helena relatou à polícia que o casal estava ciente de que seria aguardado, no aeroporto da Grande São Paulo, por policiais militares que faziam a segurança particular do empresário. Oito deles foram afastados de suas funções após a repercussão do caso.

Assim que o avião pousou em Guarulhos, Gritzbach recebeu um telefonema, no qual lhe foi informado que o Volkswagen Amarok, que faria sua escolta, estava com problemas mecânicos.

Segundo os quatro policiais que faziam a segurança privada de Gritzbach naquele momento, devido ao problema mecânico, apenas um deles foi buscar o empresário, usando outro veículo, enquanto os outros três permaneceram com o carro quebrado no posto de combustíveis.

Maria Helena destacou ao DHPP que o Amarok contava com blindagem nível 5, ou seja, absorvia até tiros de fuzil. Já a Trailblazer que aguardava o casal, acrescentou a namorada, contava com blindagem nível 3, o que deixava o empresário mais vulnerável. Gritzbach, porém, não teve tempo de embarcar no carro blindado. Antes disso, foi alvo de mais de 20 tiros, de três tipos de calibre diferentes, incluindo de fuzil. Dez disparos o atingiram, dois deles no rosto.

Ele morreu no local e os assassinos fugiram no mesmo carro com o qual chegaram. O veículo foi encontrado abandonado perto do aeroporto.

Armas abandonadas

No dia seguinte, a Polícia Militar localizou armas que podem ter sido usadas na execução do empresário. Um fuzil AK-47, diversos carregadores e também uma pistola foram encontrados na rua Guilherme Lino dos Santos, após uma denúncia anônima indicar o local ao 15º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep).

A namorada afirmou ter ouvido os tiros e visto Gritzbach cair, mas não soube afirmar de onde vieram os disparos, pois fugiu na direção contrária para se proteger.

Dentro do aeroporto, ela ficou com o PM Samuel, que posteriormente conduziu Maria Helena até a casa de Gritzbach, onde ela foi procurada pela Polícia Civil, para a qual prestou depoimento.

Execução

Vinícius Gritzbach foi morto com tiros de fuzil após desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, na sexta-feira, ao voltar de uma viagem a Maceió com a namorada. Homens encapuzados desceram de um carro, na área de embarque e desembarque, e começaram a atirar. Foram 29 disparos, segundo a polícia. Além do empresário, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais também morreu.

Quatro policiais militares eram responsáveis pela segurança de Gritzbach no momento do ataque. Todos estão afastados e são investigados por suspeita de envolvimento no crime. Nos primeiros depoimentos prestados, eles disseram que, instantes antes do ataque ao empresário, pararam em um posto de combustíveis para lanchar, enquanto aguardavam a chegada de Gritzbach.

Segundo eles, quando decidiram ir em direção ao aeroporto, uma das caminhonetes em que estavam não funcionou. Apenas um dos PMs teria ido até o local, acompanhado do filho de Gritzbach. Outro PM que acompanhou o empresário na viagem a Alagoas disse à polícia, nessa segunda-feira, não ter percebido qualquer movimentação suspeita no aeroporto, segundo seu defensor. “Nós só queremos descobrir a verdade e achar os verdadeiros culpados dessa situação”, afirmou o advogado Guilherme Flauzino.

Redação com Gazeta web

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