Três acadêmicos norte-americanos foram agraciados, nesta segunda-feira (14), com o Prêmio Nobel de Economia por suas pesquisas que investigam as razões da persistência da desigualdade global, especialmente em países afetados pela corrupção e pela ditadura. Simon Johnson e James Robinson, britânico-americanos, e o turco-americano Daron Acemoglu foram elogiados por suas contribuições no entendimento de como as instituições são formadas e como elas impactam a prosperidade econômica.
Em declaração, Jakob Svensson, presidente do Comitê do Prêmio em Ciências Econômicas, ressaltou a relevância do trabalho dos laureados. “Reduzir as grandes diferenças de renda entre os países é um dos maiores desafios de nosso tempo. Eles demonstraram a importância das instituições sociais para alcançar esse objetivo”, afirmou Svensson.
O prêmio chega em um momento crítico, logo após a divulgação de um relatório do Banco Mundial que revela que os 26 países mais pobres do mundo, que abrigam 40% da população mais pobre, estão enfrentando o nível mais alto de endividamento desde 2006, sinalizando uma reversão significativa na luta contra a pobreza.
Formalmente conhecido como Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, o prêmio é acompanhado por uma recompensa de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 1,1 milhão). Durante a coletiva de imprensa, Acemoglu destacou a fragilidade das instituições públicas e do Estado de Direito em várias partes do mundo, alertando que “as democracias estão passando por uma fase difícil” e que é crucial que elas reestabeleçam uma governança mais limpa e promissora.
Acemoglu e Johnson, que atuam no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e Robinson, na Universidade de Chicago, também colaboraram recentemente em um livro que analisa a evolução da tecnologia e como diferentes inovações impactaram a criação de empregos e a distribuição de riqueza.
Embora o Prêmio Nobel de Economia não faça parte dos prêmios originais estabelecidos por Alfred Nobel em seu testamento, ele foi criado e financiado pelo Banco Central da Suécia em 1968. Desde então, diversos pensadores influentes foram laureados, incluindo Milton Friedman e Ben Bernanke.
A temática da desigualdade tem ganhado destaque nas premiações recentes; no ano passado, a historiadora econômica Claudia Goldin foi reconhecida por seu trabalho sobre desigualdade salarial entre gêneros. Em 2019, Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer foram premiados por suas contribuições no combate à pobreza.
A recente safra de prêmios começou com o Nobel de Medicina, que foi concedido aos cientistas norte-americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun, e culminou com o prêmio da Paz sendo outorgado à organização japonesa Nihon Hidankyo, que defende a abolição das armas nucleares, demonstrando a diversidade de reconhecimentos neste ano.
Redação com Portalin