Anadia/AL

5 de novembro de 2024

Anadia/AL, 5 de novembro de 2024

OMS declara mpox como nova emergência de saúde pública internacional

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira (14), a mpox (antes conhecida como varíola do macaco) como uma emergência internacional de saúde pública, seu maior nível de alerta.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 15 de agosto de 2024

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OMS declara mpox como nova emergência de saúde pública internacional. © Shutterstock _ Tatiana Buzmakova

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é o único dentro da instituição que pode fazer um decreto desse tipo, com a assessoria de um comitê de especialistas. Os 15 membros do grupo consideraram que os critérios foram cumpridos para declarar uma emergência internacional.

“Hoje o comitê se reuniu e me comunicou que, na sua opinião, a situação constitui uma emergência de saúde pública de alcance internacional. Aceitei essa recomendação”, declarou Tedros Adhanom. “É uma situação que deveria preocupar todos nós”, acrescentou, durante uma coletiva de imprensa.

A agência sanitária da ONU já havia tomado uma decisão similar em 2022, quando ocorreu um surto mundial de varíola do macaco causada por uma cepa conhecida como clade 2b.

Mas a epidemia atual, originária da República Democrática do Congo (RDC) e limitada à África até agora, tem suas próprias características.

O vírus, mais contagioso e perigoso, é causado pelo clade 1 e uma variante ainda mais perigosa, o clade 1b. Sua taxa de mortalidade é estimada em 3,6%.

“Nós enfrentamos várias epidemias com diferentes clades em diferentes países, com diferentes modos de transmissão e diferentes níveis de risco”, alertou Tedros.

Situação no continente africano

A agência sanitária da União Africana, África CDC, declarou na terça-feira (13) uma “emergência de saúde pública”, seu nível máximo de alerta, em resposta à crescente epidemia de mpox no continente.

Um total de 38.645 casos foram contabilizados em 16 países africanos desde janeiro de 2022, com 1.456 mortes. Além disso, foi registrado um aumento de 160% nos casos em 2024 em relação ao ano anterior, segundo dados publicados na semana passada pela África CDC.

A agência de saúde da União Africana alerta também que o número de casos está amplamente subestimado, devido à reduzida capacidade de testar pessoas e rastrear cadeias de contaminação.

Além disso, as vacinas estão em falta. A distribuição de 200 mil doses está prevista, mas são necessárias 10 milhões para conter a epidemia.

A agência fez um apelo a todos os parceiros internacionais para que demonstrem solidariedade para alcançar o objetivo. São recomendadas duas vacinas específicas para pessoas em risco, incluindo homossexuais e profissionais do sexo, mas poucas doses estão disponíveis nos países afetados.

“Duzentas mil doses não são suficientes. Precisamos de mais de 10 milhões de doses. Posso dizer que temos hoje um plano claro para garantir a entrega destes 10 milhões de doses, começando com 2 milhões a 3 milhões até ao final de 2024. Garantiremos que as vacinas cheguem a todos os países, a todas as comunidades, a todas as pessoas que necessitem”, disse Jean Kaseya, diretor-geral da África CDC.

Transmissão

A mpox não é uma doença recente, mas a nova variante que se espalha na África é mais mortal e mais contagiosa do que a que circulou no mundo em 2022.

Essa doença viral pode ser transmitida dos animais para os humanos, mas também pelo contato físico com uma pessoa infectada, especialmente durante relações sexuais.

Nos primeiros dias ela se manifesta através de febre, cansaço, dores de cabeça e no corpo. Depois surgem erupções cutâneas, principalmente na boca, na face ou nos órgãos genitais. Para se proteger do vírus, o contato físico com pessoas que apresentem sinais de mpox deve ser evitado, mas também qualquer contato desprotegido com animais selvagens.

Fonte: RFI

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