A Polícia Civil com apoio do Ministério Público do Estado do Rio realiza, nesta quinta-feira (3), uma operação contra Luiz Paulo de Lemos Júnior, conhecido como Juninho Chupeta, suspeito de lavar dinheiro da milícia que atua na Gardênia Azul, na Zona Oeste. Ele é considerado ainda motorista do “escritório do crime”, ligado a Ronnie Lessa, réu confesso no caso da morte da vereadora Marielle Franco.
A ação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) em conjunto com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, visa ao cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao criminoso, na capital e em Petrópolis, na Região Serrana.
Juninho, preso em flagrante no final de 2023 por posse ilegal de armas de fogo e munições, mantém vínculos antigos com outros notórios milicianos e criminosos. Ele é apontado como motorista no atentado que resultou na morte de André Henrique da Silva Souza, o “Zóio”, e de sua namorada, Juliana Sales de Oliveira, em 2014. As mortes foram motivadas pela disputa entre milicianos pelo controle da Gardênia Azul.
Em 2021, investigações apontaram que Lessa executou André e Juliana a mando do ex-vereador Cristiano Girão, que cumpria pena em regime fechado na época, mas ainda assim era responsável por controlar a milícia da comunidade.
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De acordo com a denúncia do MPRJ, o crime aconteceu porque “Zóio” pretendia dar um “golpe de estado” e assumir a liderança e poder paralelo na região, passando a cobrar os valores pagos a título de taxas ilegais e aluguéis, até então recebidos pelo ex-vereador. Juliana acabou executada como forma de garantir a impunidade do crime.
Na ocasião, o ex-vereador foi acusado de duplo homicídio. Os investigadores chegaram até Girão a partir de depoimentos de testemunhas e ao descobrirem uma pesquisa feita no Google por Lessa sobre notícias das mortes, em 19 de fevereiro de 2018. Na época, ele buscou: “Casal morto na Gardênia Azul”. Girão já foi condenado por lavagem dinheiro, envolvimento com a milícia da Gardênia Azul e formação de quadrilha.
“Escritório do crime”
O “Escritório do Crime” age há mais de 10 anos, principalmente na Zona Oeste. Um dos seus líderes foi o ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Adriano da Nóbrega, morto no dia 9 de fevereiro de 2020, na Bahia, apontado como um dos fundadores da quadrilha. Os milicianos que faziam parte da quadrilha chegavam a cobrar R$ 100 mil por cada execução que praticavam. Eles eram contratados para executarem desafetos de outras organizações criminosas.
Redação com O Dia