Anadia/AL

27 de outubro de 2024

Anadia/AL, 27 de outubro de 2024

Os detalhes do “namoro” da menina de 15 anos com homem de 56 que acabou em morte

Adolescente da Paraíba mantinha relação com comerciante, com conhecimento da mãe, e morava com ele havia um ano. História absurda terminou num crime bárbaro.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 17 de julho de 2024

A adolescente Maria Vitória e seu assassino, Gilson Cruz Monteiro. Créditos: Redes sociais/Reprodução

Por Henrique Rodrigues

Quem leu o noticiário nos últimos dias se deparou com um título assustador e aparentemente incompreensível relatando um trágico fato ocorrido na Paraíba. “Menina de 15 anos é morta pelo namorado de 56”, diziam as manchetes, para incredulidade de todos. Pois o crime brutal aconteceu no último domingo (14), no município de Monteiro, no sertão paraibano, e foi cometido com vários tiros.

Maria Vitória dos Santos, uma adolescente de apenas 15 anos, estava “namorando” e vivendo com o comerciante Gilson Cruz de Oliveira Monteiro, dono de uma padaria na região. E foi justamente no estabelecimento que tudo teria começado, quando ele empregou a menor, ainda com 13 anos, com o consentimento da mãe. A mãe, aliás, identificada como Maria Lúcia dos Santos Farias, afirma que a filha já teria mantido relações sexuais com o homem desde essa idade, o que configuraria crime de estupro de vulnerável, já que as a prática de sexo ou de atos libidinosos no Brasil só permitida quando as duas partes têm mais de 14 anos, mesmo que envolva um adulto e um menor.

No entanto, as críticas à mãe se deram por conta do conhecimento dela sobre a “relação” que menina mantinha, consentindo inclusive que ela morasse com o adulto na casa dele, desde que tinha acabado de completar 14 anos. Ela tem dito à imprensa que vinha numa luta para tirar a filha de lá, uma vez que a adolescente relatava à mãe que constantemente era brutalmente espancada e ameaçada de morte. Maria Lúcia contou ainda que o acusado fazia a filha realizar chamadas de vídeo para mostrar os dois em atitudes íntimas na cama, o que a indignava.

No dia do crime, Maria Vitória e o “namorado” estariam bebendo na casa onde morava, o que é crime, tendo em conta que a garota era menor de idade, quando ela teria feito uma piada com ele, relembrando uma ocasião recente em que o comerciante teria arrumado uma confusão num bar e teria sido espancado até perder a consciência.

Furioso, Gilson bateu violentamente na “companheira” e pegou seu revólver, disparando vários tiros contra ela, inclusive na cabeça. Diante da brutalidade cometida, o assassino fugiu da casa e tomou a estrada, incumbindo seus advogados de contarem à Polícia Civil da Paraíba o que tinha feito. No dia seguinte, ele foi localizado e preso pelas autoridades no município de Brejo da Madre de Deus, já no estado de Pernambuco.

“Ele atirou mais de uma vez, ele se certificou de fato acertá-la e acertou de uma maneira que não tinha como ela sobreviver”, relatou o delegado Sávio Siqueira, responsável pelo inquérito do feminicídio.

Em um áudio encaminhado a uma amiga, dias antes da tragédia, Maria Vitória conta que já tinha sido espancada brutalmente por Gilson, que teria até jogado uma arma de fogo contra seu rosto, o que lhe rendeu ferimentos sérios e alguns pontos, já que ela precisou de atendimento médico numa UPA de Monteiro.

“Ele já tentou fazer muita coisa comigo, né? Tipo, já jogou a pistola na minha cara, estourou a minha cabeça, aí tive que dar ponto na UPA, um monte de coisa. Só que eu nunca tive coragem de denunciar ele. Assim, né, coragem de fazer mal a ele e para os meus pais, entende?”, conta a menina para a colega.

A mãe, Maria Lúcia, relatou que estava morando em São Paulo e que queria voltar para “recuperar” a filha, mas que não teria tido tempo. Ela disse ainda que o comerciante vinha inclusive impedindo que a menina estudasse.

“Ela queria sair [da “relação”], tentava. Estudava em uma escola o dia todo, e foi pra outra. E não conseguia, porque ele tava atrapalhando tudo. Tinha hora que ela não conseguia falar com medo, eu percebia na ligação o medo dela”, disse ainda a mãe da vítima.

Redação com Revista Fórum

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