A OTAN está estudando a possibilidade de abater mísseis russos muito perto das suas fronteiras. Esta opção segue-se ao disparo de um míssil de cruzeiro russo que penetrou no espaço aéreo polonês por 39 segundos, na noite de domingo, 24 de março, antes de atingir o seu alvo na Ucrânia.
O ministro da Defesa polonês garantiu que a Polônia ativou todos os seus sistemas antiaéreos e que o míssil teria sido abatido se houvesse a menor indicação de que se dirigia para um alvo em território polaco.
Na terça-feira, 26, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Andrzej Szejna, declarou que vários conceitos estão sendo analisados dentro da OTAN, desde este incidente, incluindo a possibilidade de abater estes mísseis quando estiverem muito perto das fronteiras da OTAN, “mas isto só poderia ser feito com o acordo do lado ucraniano e tendo em conta as consequências internacionais”, acrescentou Szejna.
A OTAN, por sua vez, declarou ter aumentado consideravelmente a sua vigilância e reforçado as suas posições no flanco oriental da Aliança, particularmente na Polônia.
A Polônia já tinha informado, no final de dezembro, que um míssil russo tinha entrado no seu espaço aéreo antes de sair poucos minutos depois, em direção à Ucrânia.
Um ano antes, em dezembro de 2022, outro míssil de cruzeiro russo KH-55, capaz de transportar ogivas nucleares, tinha caído na Polônia, mas os seus restos só foram encontrados em abril de 2023 por um transeunte numa floresta perto de Bydgoszcz, no norte, cerca de 500 km da fronteira oriental do país.
Em Novembro de 2022, duas pessoas morreram quando um míssil antiaéreo ucraniano caiu na aldeia polaca de Przewodow, perto da fronteira com a Ucrânia.
Conselho de segurança da Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, substituiu o secretário do conselho de segurança nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, por Oleksandr Lytvynenko, 51, chefe do serviço de inteligência estrangeiro.
Danilov era secretário do conselho desde outubro de 2019. Zelensky disse que Danilov estava sendo transferido para novas funções, com detalhes a serem divulgados posteriormente.
Indústria de defesa ucraniana
O governo da Ucrânia está injetando dinheiro na sua indústria de defesa, orçando quase 1,4 bilhões de dólares em 2024 para desenvolver armas no país.
Uma grande parte das armas está sendo comprada de fábricas privadas que surgem em todo o país, como uma fábrica de morteiros no oeste da Ucrânia que produz cerca de 20 mil munições por mês. Para ajudar com a escassez de mão-de-obra, o governo isentou os trabalhadores da indústria de defesa do serviço militar.
*Redação com o antagonista