Por: Valdete Calheiros
A demora no tempo-resposta entre o momento em que uma pessoa recebe o diagnóstico de câncer no serviço público e o período em que realmente começa a receber o tratamento pode custar sua saúde e, consequentemente, sua vida.
Passada essa primeira fase inicial e já com tanta dificuldade, o próximo obstáculo é esperar pelos remédios. E em se tratando de câncer, cada dia pode ser decisivo para o tratamento e cura da doença.
Os pacientes que precisam de tratamento com quimioterapia e radioterapia precisam contar ainda mais com a sorte para cumprir as etapas com a rapidez que a doença exige.
Conforme denúncias de pacientes internados no Hospital Metropolitano, cuja administração é da Secretaria de Estado da Saúde, está faltando medicamento para quimioterapia.
Os pacientes, que pediram para não terem seus nomes revelados, denunciaram que ouvem sempre como resposta “que o medicamento chegará semana que vem”. O problema, segundo os pacientes e seus familiares, é que a “próxima semana nunca chega”.
Câncer com metástase
Um caso à parte, é a da paciente Alcione Cândido da Silva, 48 anos. Ela está com metástase e o câncer se espalhou pelos ossos, pulmão, cabeça e mama. Acamada, ela espera, há dois meses, o resultado de uma biópsia, cuja demora retarda a internação hospitalar necessária ao seu caso de saúde.
Uma prima da paciente, Lúcia Soares da Silva, confirmou que ela recebe mensalmente o LOAS – cujo valor é de salário mínimo e não consegue cobrir as despesas necessárias que sofreram um reajuste com a falta de suprimentos básicos como alimentação, fraldas e transporte para as sucessivas idas e vindas ao médico.
A companheira de Alcione, Lídia Maria de Morais Santos, disponibilizou uma chave Pix para quem puder ajudar. A chave Pix é 82987711501. Recentemente, a paciente recebeu um colchão pneumático o que ajudou a melhorar as escaras (lesões na pele), já que a paciente fica deitada praticamente o tempo todo.
Hospital Metropolitano
Recentemente a reportagem da Tribuna Independente recebeu informação sobre a falta de medicamento destinado à quimioterapia no Hospital Metropolitano. A equipe foi em busca de informações, através de nota a direção informou que não há desabastecimento. Inclusive recorreu ao Conselho Estadual de Saúde, que afirmou não ter recebido nenhuma denúncia sobre falta de medicamento quimioterápico no Hospital Metropolitano.
O Centro de Oncologia do Hospital Metropolitano de Alagoas esclareceu que não há interrupção no atendimento nem falta de medicamentos quimioterápicos na unidade, descartando qualquer denúncia de descontinuidade na dispensação ou aplicação das terapias. Todos os pacientes em tratamento seguem sendo assistidos normalmente, conforme seus protocolos individuais.
Ainda conforme a nota, três pacientes que iniciaram o acompanhamento recentemente, após conclusão de exames e definição médica do protocolo, aguardam apenas a entrega de quimioterápicos orais já solicitados e com previsão de chegada para a próxima semana, sem prejuízo ao tratamento.
“O Hospital Metropolitano de Alagoas mantém a assistência oncológica segura, humanizada e integral, garantindo todos os insumos necessários ao cuidado dos pacientes atendidos pelo SUS [Sistema Único de Saúde]”.
Redação com Tribuna Hoje
