Além de constatar diversas irregularidades na clínica de reabilitação onde morreu a esteticista Cláudia Pollyane, as investigações apontam que o centro de recuperação chegou a cobrar até R$ 2 mil para realizar tratamentos de algumas vítimas. A informação foi confirmada pela delegada Ana Luiza Nogueira, em entrevista à reportagem da TV Pajuçara/RECORD, nesta segunda-feira, 25.
Segundo a delegada, apesar do alto valor para o tratamento da dependência química, os pacientes eram submetidos a condições degradantes. A clínica, que fica localizada em Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, foi interditada na manhã de hoje.
“Nós constatamos uma série de irregularidades nessa clínica terapêutica. Para ser terapêutica, ela deveria ser filantrópica, ou seja, ela não poderia cobrar pela internação. Nós temos informações de que os familiares das vítimas pagavam um valor em torno de R$1.800 ou até R$ 2 mil reais para que elas permanecessem no local, que estava em condições degradantes e sub-humanas”, disse a delegada Ana Luiza Nogueira.
O local onde funcionava a comunidade terapêutica também tinha um cômodo chamado de “quarto da tortura” pelos internos, segundo as investigações.
A situação foi verificada durante operação na manhã desta segunda-feira (25). A parede, segundo a delegada Ana Luiza Nogueira, estava suja (circulada em vermelho na foto em destaque), possivelmente com manchas de sangue causadas pela violência praticada contra pacientes.
“De acordo com informações prestadas, também havia o cometimento de crimes de violência física, de violência psicológica e até de crime de estupro [no quarto da tortura]”, revelou a delegada.
O caso – A família da esteticista Cláudia Pollyanne registrou um Boletim de Ocorrência para solicitar exames complementares após ter sido informada na Unidade de Pronto Atendimento de Marechal Deodoro, na região Metropolitana de Maceió, sobre hematomas no corpo da mulher, que morreu no sábado, 9 de agosto.
Ainda no sábado, o representante da clínica também registrou B.O. para informar o óbito às autoridades. A reportagem do TNH1 teve acesso aos dois boletins de ocorrência registrados junto à Polícia Civil.
A família da mulher detalhou no boletim de ocorrência que, ao chegar na UPA, foi informada por uma assistente social e pelo médico de plantão que a vítima já estava em óbito há pelo menos 4 horas e que a Cláudia apresentava hematomas por todo o corpo e olho roxo.
De acordo com a delegada Liana Franco, titular do 17º Distrito Policial, depois da repercussão do caso da esteticista, a polícia passou a receber mais denúncias. Após o resgate de uma adolescente de 16 anos, também paciente da clínica, na noite da quinta-feira, 14, a proprietária da clínica foi presa. A menina contou aos policiais que teria sofrido abusos sexuais praticados pelo dono clínica, marido da proprietária.
Uma vítima contou à polícia que, nos nove meses em que ficou internada na clínica, sofreu abusos, foi dopada e que havia até um cachorro da raça pitbull nas dependências da ‘comunidade terapêutica’ como forma de intimidação.
O resultado do exame cadavérico feito no corpo da esteticista Cláudia Polllyane Faria de Santa’Anna, de 41 anos, apontou como causa da morte uma insuficiência respiratória aguda. O documento também revelou a presença de diversas lesões traumáticas no corpo da esteticista.
O proprietário da clínica era considerado foragido desde o dia 15 de agosto – data em que a polícia prendeu a esposa dele, que também é proprietária da clínica. Ele foi preso escondido em um motel, no dia 22 de agosto, em Jacarecica, Litoral Norte de Maceió.
Redação com TNH1
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