Anadia/AL

28 de outubro de 2024

Anadia/AL, 28 de outubro de 2024

Pequim investiga laticínios europeus em retaliação a aumento de impostos sobre produtos chineses

Pequim começou uma investigação antidumping sobre produtos lácteos que importa da Europa na quarta-feira (21). O Ministério do Comércio chinês quer garantir que os subsídios concedidos a estes produtos não constituem uma concorrência desleal para os produtores locais. Esta medida, que surge um dia depois de a Comissão Europeia ter anunciado um aumento dos impostos sobre os veículos elétricos fabricados na China, reflete uma escalada das tensões entre as duas potências.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 22 de agosto de 2024

Queijos importados da Europa em um supermercado de Pequim. Imagem de ilustração. © Ng Han Guan / AP

A investigação, lançada pela China sobre os subsídios atribuídos aos produtos lácteos europeus vendidos no seu território, soa um pouco como um aviso. Os produtos visados são principalmente o leite coalhado, o queijo fresco e o queijo azul. No ano passado, a União Europeia exportou € 1,68 bilhão de euros em produtos lácteos para a China, segundo dados do Eurostat citados pela Comissão Europeia.

Ao longo de um ano, a China examinará 20 regimes de subsídios em toda a União Europeia, particularmente na Áustria, Bélgica, Croácia, República Tcheca, Finlândia, Itália, Irlanda e Romênia. O país quer garantir que esta ajuda não prejudique os seus produtores locais. O país pode então decidir impor sobretaxas a estes produtos para proteger seu mercado, se demonstrar que as práticas da UE são desleais e prejudicam a concorrência.

Tensões comerciais crescentes

Esta investigação surge no momento em que a União Europeia declarou, na véspera, que pretendia aumentar os impostos sobre os veículos elétricos fabricados na China, uma medida fortemente reprovada por Pequim. O ministério do Comércio chinês também pediu à União Europeia para abandonar este projeto para “evitar uma escalada de fricções comerciais”.

Uma guerra comercial entre estes dois gigantes econômicos poderá ter consequências mais amplas e perturbar as cadeias de abastecimento globais. Os setores fortemente dependentes do comércio internacional, como o automóvel e a agricultura, estariam particularmente em risco.

Isto poderia levar ao aumento dos custos para os fabricantes e consumidores, com potencial escassez de bens ou preços mais elevados. Se a situação piorar, a Organização Mundial do Comércio (OMC) poderá ser envolvida em procedimentos de resolução de litígios, cuja solução poderá levar anos.

Fonte: RFI

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