A Polícia Federal suspeita que existam outras gravações feitas por Alexandre Ramagem, quando foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de Jair Bolsonaro como presidente.
Os investigadores estão fazendo um pente-fino em todos os arquivos do computador de Ramagem, onde foi encontrado o áudio descrito na última fase de Operação Última Milha, que investiga monitoramentos ilegais realizados pela Abin. A PF atribui ao deputado a autoria da gravação.
O computador de Ramagem foi apreendido em janeiro, quando ele foi alvo de uma operação de busca da PF na sua residência, em Brasília. A pessoas próximas, o deputado disse que não se lembrava de ter feito aquela gravação e que não é de seu feitio grampear pessoas.
Nesta sexta-feira, Ramagem disse na rede “X” que o áudio clandestino reforça que não houve “interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro”, sendo a demanda resolvida “exclusivamente em instância judicial”.
Segundo o relatório policial, a gravação de uma hora e oito minutos mostra um plano apresentado por Ramagem e aprovado por Bolsonaro para blindar o filho 01 do então presidente na investigação das rachadinhas. Durante a gravação, Ramagem afirmou que “seria necessário a instauração de procedimento administrativo” contra os auditores “visando anular a investigação, bem como retirar alguns auditores de seus respectivos cargos”.
Como informou a coluna, Bolsonaro ficou furioso ao saber que foi gravado e também por Ramagem ter mantido o arquivo em seu computador. O ex-presidente e o senador Flávio Bolsonaro afirmaram que Ramagem segue como candidato à prefeitura do Rio, mas na campanha é consenso que a relação de confiança foi abalada.
*Redação com o Globo