Por Ivan Longo
O jornalista Paulo Motoryn, do The Intercept Brasil, revelou nesta terça-feira (15) que o Partido Liberal (PL) repassou R$ 600 mil em recursos do fundo partidário ao advogado Sérgio Henrique Cabral Sant’Ana, sócio do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro.
Segundo a apuração, divulgada na newsletter “Cartas Marcadas”, os pagamentos ocorreram ao longo de 2024 e estariam formalmente vinculados à prestação de assessoria jurídica à bancada do PL na Câmara – embora Sant’Ana tenha atuado, nesse período, como articulador de eventos da extrema direita internacional, como o CPAC.
O escritório de Sant’Ana compartilha endereço, telefone e domínios digitais com o Instituto Conservador-Liberal, fundado por ele e Eduardo Bolsonaro. Enquanto recebia R$ 50 mil mensais do partido, o advogado viajou a países como Espanha e Estados Unidos, articulando alianças com a ultradireita global.
Motoryn aponta que os repasses podem ter ajudado a financiar ações internacionais do bolsonarismo, incluindo a articulação de Eduardo Bolsonaro junto ao governo de Donald Trump contra o Brasil. Na última semana, o presidente dos Estados Unidos anunciou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros como uma retaliação à Justiça e ao governo brasileiro, num esforço para intimidar autoridades e livrar Jair Bolsonaro da cadeia.
Eduardo Bolsonaro ataca Tarcísio após tarifaço de Trump
A guerra de nervos na ultradireita neofascista brasileira, com a iminente prisão de Jair Bolsonaro e a taxação de Donald Trump ao Brasil, foi levada às vias de fato das redes sociais por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que fez um ataque direto acusando Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) de ser “servil” às elites.
Eduardo e Tarcísio têm trocado farpas nos bastidores há semanas, mas esta foi a primeira vez que a disputa fratricida dentro do bolsonarismo veio à tona.
A escalada da trocação entre os dois começou com a ida de Tarcísio à embaixada dos EUA para tentar negociar com Trump, excluindo o clã Bolsonaro. Em seguida, o governador paulista teria passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar uma brecha para Jair Bolsonaro (PL) fugir do Brasil, alegando que ele poderia negociar com o presidente estadunidense diretamente nos EUA.
Para Eduardo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas não tinha que ter procurado a Embaixada dos EUA e deveria tê-lo consultado, pois, segundo o parlamentar, ele possui acesso à Casa Branca e nenhuma iniciativa lateral irá adiante.
“O Tarcísio utilizou os canais errados. O filho do presidente está nos Estados Unidos. O Tarcísio não tem nada que querer costurar por ora uma decisão que provavelmente vai chegar a mais um acordo caracu. O Tarcísio tem que entender que o filho do presidente está nos EUA e tem acesso à Casa Branca”, disse Eduardo Bolsonaro à Folha de S.Paulo.
Em resposta, Tarcísio desdenhou de Eduardo, dizendo que está “olhando para SP, para o setor industrial, para a nossa indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, para o nosso agronegócio, empreendedores e trabalhadores”.
Nesta terça-feira (15), o filho “03” de Jair Bolsonaro foi para cima de Tarcísio, a quem acusou de ter uma “subserviência servil às elites”. O governador paulista é o favorito para encampar o candidato “anti-Lula” da terceira via, consórcio que une Centrão, Faria Lima e mídia liberal. Eduardo, por sua vez, busca se consolidar como herdeiro do espólio do pai para entrar na disputa.
“Prezado governador Tarcísio, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil as elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, disparou.
Redação C/ Revista Fórum
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