👁️🗨️ Mirelle Pinheiro e Carlos Carone
O segundo-sargento Diogo Carneiro dos Santos, que presenciou um episódio trágico na manhã desse domingo (14/1), quando um colega de corporação atirou contra outro policial da equipe deles e se matou, deu detalhes do que aconteceu momentos antes do ocorrido.
Diogo disse que demorou a entender que o ataque havia partido de dentro do carro da corporação. O PM, lotado no 27º Batalhão de Polícia Militar (BPM), do Recanto das Emas, lembrou que, por volta das 7h, entrou em serviço com o segundo-sargento Paulo Pereira de Souza e o soldado Yago Monteiro Fidelis, que atuava como motorista.
Às 9h16, a equipe se deslocou para atender a uma ocorrência de suposta agressão contra criança, cometida pela mãe. Contudo, o caso se resolveu no local, e a equipe de policiais não precisou seguir para a delegacia com os envolvidos. Em seguida, por volta das 11h, o trio parou em frente a uma sorveteria, para comprar picolés.
Ainda segundo Diogo, Yago Fidelis não quis descer; portanto, o militar foi ao estabelecimento acompanhado de Paulo Souza. Eles compraram os picolés e consumiram no local.
Depois, ambos voltaram e entraram no carro. O segundo-sargento afirmou que o veículo ainda estava estacionado quando ouviu um tiro e se assustou.
Paulo morreu no local. Yago chegou a ser levado para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas não resistiu.
Diogo ressaltou que não presenciou, em momento algum, discussão ou desentendimento entre Yago e Paulo nem teve conhecimento sobre qualquer eventual problema entre eles, de ocasiões anteriores. O caso é investigado pela 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas).
♦️ Alerta
O episódio levantou um alerta na corporação. Mensagens trocadas entre PMs mencionam falhas dentro da estrutura da Polícia Militar do Distrito Federal quando o assunto é a saúde mental do efetivo.
Nas conversas, um homem chegou a dizer que Paulo Pereira teria passado por avaliação médica anteriormente, mas que não houve qualquer ação para retirá-lo do serviço nas ruas e armado.
A reportagem também detalhou que a corporação dispunha de apenas 54 médicos para cuidar dos cerca de 72 mil policiais militares da ativa, da reserva e das famílias deles.
Policiais entrevistados também reclamaram de “sucateamento” do CAS da PMDF, devido aos baixos investimentos nesses profissionais.
Por meio de nota, a PMDF informou ter uma “rede credenciada do sistema de saúde [da corporação], dispondo de clínicas de psiquiatria e de psicoterapia para atendimento”.
“Além disso, a PMDF, por meio da Capelania Militar e do Centro de Promoção e Qualidade de Vida, conta com assistência psicológica que funciona 24 horas, sete dias na semana, bem como promove cursos para a saúde mental do policial militar”, completou a corporação.
👁️🗨️ Redação com Metrópoles