Anadia/AL

27 de outubro de 2024

Anadia/AL, 27 de outubro de 2024

Polícia divulga vídeo de briga entre homem branco e motoboy negro no RS

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 24 de fevereiro de 2024

Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo

O que aconteceu

Vídeo mostra momento em que morador sai do prédio com canivete na mão direita. Sérgio Kupstaitis, 71, caminha na direção onde o motoboy Everton Henrique Goandete da Silva, 40, estava.

As imagens não mostram a agressão praticada por Kupstaitis. Ele desferiu um golpe de canivete em Silva porque estaria incomodado com o local onde o homem estava. Silva se encontrava onde motoboys ficam aguardando para serem chamados para prestar serviço de delivery.

Os dois foram indiciados por lesões corporais leves e, Silva, por desobediência. O caso foi remetido ao Poder Judiciário, que decidirá sobre oferecer ou não denúncia contra os indiciados.

O advogado de Silva rechaçou a possibilidade de “agressão mútua”. “Como seria uma agressão mútua se o agressor desceu de casa armado com um canivete e desferiu um golpe numa pessoa que não estava nem falando com ele? Foi um golpe surpresa por um motivo torpe. Não é uma agressão, foi uma tentativa de homicídio e meu compromisso é comprovar isso”, disse Ramiro Goulart. O UOL não conseguiu localizar a defesa de Kupstaitis. O espaço está aberto para manifestação.

Entenda o caso

Silva foi algemado à força por policiais militares após ser agredido. Vídeos divulgados em redes sociais mostram o motoboy sendo prensado contra a parede por policiais até ser algemado e levado para uma viatura. Nas imagens, é possível ver que Kupstaitis passa sozinho e diz que iria pegar os seus documentos.

Pessoas que passavam pelo local protestaram contra a ação dos policiais dizendo que a atitude contra o motoboy foi racista. “Quem tomou a facada foi ele”, disse um rapaz no vídeo.

Silva foi levado antes à viatura. Ao UOL, uma testemunha afirmou que o idoso foi no banco de trás do veículo, enquanto o motoboy foi na parte traseira da viatura. No meio da tarde, ambos foram liberados.

A sindicância da Brigada Militar não verificou indícios de crime militar ou de crime comum de parte dos PMs. Houve, no entendimento da Corregedoria, “transgressão da disciplina militar” em razão de os policiais não terem acompanhado Kupstaitis para vestir camiseta e buscar seu documento e por não terem observado que havia chegado uma segunda viatura equipada para a condução dos presos na parte traseira. Em razão disso, segundo eles, o idoso foi conduzido no banco de trás de uma viatura.

A Corregedoria tem oito dias para notificar os quatro policiais do resultado da sindicância. Uma vez notificados, eles têm o prazo de 15 dias para apresentar suas defesas. Se for do entendimento dos seus comandos, os PMs podem voltar imediatamente a ações de campo. Dois deles haviam sido deslocados para trabalhos administrativos até o final da sindicância.

*Redação com Uol

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