Por Augusto Souza
O policial federal Wladimir Matos Soares foi preso nesta terça-feira (19) sob suspeita de fornecer informações sobre a segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a transição de governo. De acordo com a Polícia Federal, Wladimir repassou dados sensíveis para aliados do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e se colocou à disposição para apoiar um golpe de Estado.
Wladimir, que integrava a equipe responsável pela segurança de Lula na transição, usava sua posição para compartilhar informações confidenciais com pessoas ligadas ao ex-presidente. Em mensagens ao capitão da reserva Sérgio Rocha Cordeiro, assessor especial do governo Bolsonaro, o policial afirmou que aguardava a “canetada” do então presidente para “defender o Palácio e o Presidente”.
Cordeiro, por sua vez, é investigado por planejar ações golpistas e por envolvimento no caso da fraude nos cartões de vacina de Bolsonaro. Em um dos episódios documentados pela PF, Wladimir enviou imagens e áudios de um militar que fazia parte da segurança de Lula, levantando questionamentos sobre sua ligação com o petista.
As mensagens trocadas entre Wladimir e Cordeiro ocorreram em um momento de tensão crescente em Brasília. Após a diplomação de Lula, em dezembro de 2022, bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal para libertar o cacique Serere Xavante, preso por atos antidemocráticos. O episódio resultou em vandalismo, com ônibus incendiados e aumento do caos na capital.