Anadia/AL

26 de dezembro de 2025

Anadia/AL, 26 de dezembro de 2025

Primeira crise hídrica após privatização da Sabesp coloca governo Tarcísio sob pressão em São Paulo

Em meio a onda de calor e estiagem, gestão pede “redução imediata do consumo de água”, enquanto mananciais caem e demanda dispara

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 26 de dezembro de 2025

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(Foto: Rogério Cassimiro/Governo do Estado de SP)

A medida  ganha um peso político adicional: trata-se do primeiro episódio com risco de crise hídrica enfrentado por São Paulo após a privatização da Sabesp, concluída em 23 de julho de 2024 durante a gestão do governador Tarcísio de Freitas.

Calor recorde e consumo dispara em até 60%

O comunicado do governo foi divulgado depois de um dia marcado por temperaturas recordes na capital. Na estação meteorológica do Mirante de Santana, na Zona Norte, os termômetros chegaram a 35,9°C, maior marca registrada em dezembro e também a mais alta de todo o ano de 2025.

Segundo o governo estadual, a onda de calor elevou o consumo de água em até 60% em algumas regiões, conforme estimativas da própria Sabesp, pressionando diretamente os sistemas que abastecem a Grande São Paulo. O texto oficial alerta que o aumento ocorre justamente quando o estado enfrenta um dos menores índices de chuva dos últimos anos, ampliando o risco de queda acentuada nos reservatórios.

No documento divulgado nesta quinta-feira, o governo afirma que o consumo precisa ser direcionado às necessidades essenciais:

 “O uso da água deve ser priorizado para alimentação e higiene pessoal. A colaboração da população é fundamental para garantir a regularidade do abastecimento.”

O comunicado também aponta que o governo monitora os sistemas junto à Sabesp e que a companhia tem feito “manobras operacionais” para preservar o equilíbrio da distribuição. Entre as ações citadas está o reforço no abastecimento e, em regiões específicas, o apoio de caminhões-pipa.

Medidas adotadas desde agosto e economia milionária

O alerta desta semana ocorre após uma série de medidas preventivas já em curso desde o segundo semestre. Desde agosto, o governo paulista, em parceria com a Arsesp, adotou a estratégia de redução da pressão noturna da água na Região Metropolitana como forma de preservar os mananciais em meio à escassez de chuvas.

A redução começou com oito horas diárias (das 21h às 5h) e, a partir de 22 de setembro, passou a ocorrer por dez horas (das 19h às 5h). De acordo com o governo, essas medidas geram uma economia equivalente a mais de 1,2 milhão de caixas d’água de 500 litros por dia, ou 50,4 mil por hora.

Privatização e debate sobre capacidade de resposta

O episódio reacende também o debate sobre a capacidade do poder público de gerir crises após a privatização. A desestatização da Sabesp foi finalizada em julho de 2024, e desde então o estado passou a operar sob um novo modelo institucional, com mudanças na governança e no controle acionário da companhia.

Em reportagens recentes, analistas e especialistas já apontavam que a Sabesp poderia enfrentar seu primeiro grande teste hídrico no cenário pós-privatização, justamente com a elevação da demanda e a redução das chuvas.

As recomendações do governo para economizar água

O governo reforçou orientações para reduzir o consumo e apontou o banho como o principal vilão do desperdício. Um banho de 15 minutos pode gastar até 150 litros. Em uma família de três pessoas, isso pode significar 13,5 mil litros mensais. Banhos de 5 minutos podem economizar até 9 mil litros por mês.

Outras recomendações incluem:

  •  Descarga: verificar vazamentos e evitar jogar papel higiênico para reduzir entupimentos e desperdício
  •  Cozinha: manter a torneira fechada ao ensaboar e abrir apenas para enxaguar; máquina de lavar louça só quando estiver cheia
  •  Lavanderia: juntar o máximo de roupas antes de usar a máquina e reaproveitar água do enxágue para limpeza
  •  Limpeza externa: usar vassoura no lugar de mangueira e, para lavar carro, preferir balde

Pressão climática e risco de agravamento

O alerta do governo ocorre num contexto de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, que vêm intensificando ondas de calor e períodos prolongados de seca. O cenário atual pressiona infraestrutura, gestão e capacidade de resposta — e pode se tornar ainda mais crítico caso o período de estiagem se prolongue nas próximas semanas.

Se quiser, eu também posso reforçar a abordagem crítica do texto destacando como a privatização impõe novos desafios de governança e resposta pública em situações extremas — sem inventar nada além do que está documentado.

C/ Brasil 247

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