Por: Ana Paula Bimbati
Uma psicóloga de 32 anos foi presa e depois liberada pela Justiça após atropelar e matar um motoboy na marginal Pinheiros, na zona sul de São Paulo.
O que aconteceu
Bruna de Oliveira estava com sinais de embriaguez e se negou a fazer o teste de bafômetro, segundo a polícia. De acordo com testemunhas ouvidas pela PM, a motorista dirigia um Jeep Renegade branco e saiu da sétima faixa à direita para a primeira à esquerda sem dar seta ou qualquer outra sinalização. Foi neste momento que a parte traseira de seu carro atingiu Silvio Soares, 33.
A psicóloga foi presa na quarta-feira e na quinta-feira (27) passou por audiência de custódia em que foi liberada. Bruna pagou uma fiança no valor de dez salários-mínimos (R$ 15.180), além disso está proibida de se ausentar da cidade onde mora por mais de oito dias sem aviso prévio e precisa seguir outras medidas cautelares da Justiça como manter o endereço atualizado. Também foi determinada a suspensão do direito de dirigir pelo prazo de 12 meses.
Testemunhas disseram que Bruna não prestou socorro e desembarcou do veículo “bastante alterada”. A motorista gritou diversas vezes, segundo pessoas que acionaram o Samu, que “ninguém sai de casa para matar alguém”. As três testemunhas ouvidas pela polícia e os PMs que atenderam a ocorrência afirmaram que a psicóloga estava com “sinais notórios de embriaguez, principalmente com odor etílico”.
A batida em Silvio teria sido tão forte que o capacete saiu de sua cabeça e seu corpo foi para debaixo do veículo. Uma das testemunhas precisou pedir para que a psicóloga andasse com o carro para frente para que o socorro conseguisse retirar o motoboy do local. Segundo essa testemunha, Bruna ainda teria tentado fugir do local, mas não conseguiu porque um dos pneus do automóvel furou na batida.
O UOL entrou em contato com a defesa de Bruna, mas o advogado afirmou que a representou apenas na audiência de custódia. Pedro Nogueira da Costa Neto disse também que não tem o contato da psicóloga. A reportagem tenta localizá-la.
‘Quem tem dinheiro sai pela porta da frente’
Tem três noites que a família de Silvio não consegue dormir, segundo a irmã dele, Sineide Soares. “Infelizmente, não tem justiça, ainda mais para pobre, porque quem tem dinheiro sai pela porta da frente”, afirmou.
Sineide conta que o irmão era instrutor de autoescola há mais de dez anos e trabalhava como motoboy nas horas livres. O serviço extra começou porque Silvio queria comprar um apartamento.
A vítima era pai de uma menina de 9 anos. Nas redes sociais, amigos pedem justiça e punição para a motorista que atropelou Silvio. “Nada trará nosso amigo de volta, mas vamos atrás de justiça”, diz uma das publicações.
O que que é ficar sem dirigir por um ano? O que que é ficar dentro de casa? O que é isso, gente, para quem tirou uma vida. O que que é 10 salários-mínimos para quem tirou uma vida? Isso não pode ficar impune.
Sineide Soares, irmã de Silvio
Redação com Uol