Por Colunista: Mario Sabino
Vladimir Putin provou mais uma vez a sua falta de limites. Hoje, de madrugada, a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra Dnipro. Ele carregava seis ogivas convencionais que atingiram a cidade ucraniana como se fossem uma maldição que despenca dos céus. As imagens em vídeo são apavorantes.
Mísseis balísticos intercontinentais foram desenhados para serem usados como armas de ataque nuclear. Podem carregar várias ogivas atômicas e, como têm trajetória suborbital, são capazes de atingir em minutos alvos localizados a muitos milhares de quilômetros.
Não há lógica militar em lançar um míssil balístico intercontinental contra um país vizinho, em uma guerra convencional, a não ser a de mandar o recado de que, da próxima vez, as ogivas serão atômicas.
O recado é resposta ao uso pela Ucrânia de mísseis americanos, britânicos e franceses de cruzeiro contra território russo — que, por sua vez, foi resposta à entrada na guerra de tropas norte-coreanas para lutar ao lado da Rússia. Esses mísseis fornecidos pelos aliados de Kiev, no entanto, não podem ser comparados, em capacidade de destruição, a armas balísticas intercontinentais.
A escalada russa atingiu um tal nível de insanidade, que já não é mais razoável classificar a ameaça atômica de Vladimir Putin como blefe. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que o uso de um míssil balístico intercontinental deixa óbvio que o ditador russo está usando a Ucrânia como campo de treinamento.
Campo de treinamento para um conflito mais amplo contra o Ocidente. Vladimir Putin é a Besta do Apocalipse. É preciso contê-lo já, mostrando aos russos o que os aguarda também se mantiverem a sua servidão voluntária ao déspota, antes que seja tarde demais para todos.
Redação com Metrópoles
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