(Com informações de Gabriel Corrêa, da EBC).
Quase 50 postos de combustíveis foram fechados em operação que investiga a presença da organização criminosa PCC no setor de combustíveis nos Estados do Piauí, Maranhão e Tocantins.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Piauí, os criminosos usavam uma estrutura complexa de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs.
Todo esse esquema era para lavar dinheiro ilegal, fraudar o mercado de combustíveis e esconder patrimônio adquirido por meio de atividades criminosas.
De acordo com as investigações, empresários locais – ligados aos postos de combustíveis – tinham relação com os mesmos fundos e operadores financeiros investigados pela “Operação Carbono Oculto”, da Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público de São Paulo e a PM paulista, para desarticular um esquema nacional de lavagem de dinheiro de organizações criminosas.Por isso, a operação desta quarta foi batizada de Carbono Oculto 86 (que é o DDD do Piauí)
A estrutura criminosa envolvia toda cadeia de combustíveis, desde a importação até o consumidor final, em cerca de mil postos de abastecimento em mais de 10 estados, movimentando R$ 52 bilhões.
Com o desdobramento, na manhã desta quarta-feira (5), as equipes policiais interditaram 49 postos na capital Teresina, e em mais dez cidades do interior do Piauí. Em outros cinco municípios, no Maranhão e Tocantins, outros estabelecimentos também foram fechados.
Toda a ação faz parte de medidas cautelares determinadas pela Justiça.

ICL Notícias mostrou que Ciro Nogueira e pessoas próximas são citadas na operação
Em matéria exclusiva, o ICL Notícias revelou que a empresa do senador Ciro Nogueira (PP-PI) recebeu R$ 63,9 mil de um posto de combustível localizado em Teresina (PI), que foi alvo nesta terça-feira (4) da Operação Carbono Oculto 86. A ação, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, investiga um esquema de lavagem de dinheiro do PCC no estado. Os repasses aparecem em um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ao qual o portal teve acesso.
O ICL Notícias também mostrou que a Polícia Civil do Piauí cumpriu no mesmo dia mandado de busca e apreensão contra Victor Linhares de Paiva, ex-assessor, aliado político e compadre de Ciro Nogueira. Ele é alvo da Operação Carbono Oculto 86 que investiga um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo postos de combustíveis que supostamente atendem à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Victor Linhares recebeu a quantia de R$ 230 mil de outro alvo da mesma operação, o empresário Haran Santhiago Girão Sampaio, antigo dono da rede de postos HD que seria o epicentro do esquema criminoso no Piauí. O ICL Notícias teve acesso exclusivo a um documento que comprova a transação financeira.
O dinheiro foi transferido em 20 de dezembro de 2023 para uma conta aberta por Linhares apenas oito dias antes na fintech BK Bank. A instituição financeira foi apontada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como peça-chave no esquema de lavagem de dinheiro do PCC.
Segundo a investigação, outro alvo da operação, a empresa HD Petróleo Uruguai, já dividiu endereço com uma firma do irmão de Ciro Nogueira e recebeu recursos públicos da cota parlamentar do político. Outra empresa do mesmo grupo pagou combustível usado para abastecer o jatinho do PP. É o que revelam documentos oficiais obtidos pelo ICL Notícias.
A HD Petróleo Uruguai integrava a rede Postos HD, um dos principais grupos empresariais do setor de combustíveis no Piauí. O conglomerado foi alvo da Operação Carbono Oculto 86, deflagrada pela Polícia Civil do estado, por meio do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Laboratório de Lavagem de Dinheiro (Lab-LD).
Redação C/ ICL Notícias
















