▪️Por Ivan Longo
Na tarde desta quinta-feira (22), Brasília voltou a ser palco de tensão e medo com mais um episódio de radicalização violenta. Um homem ameaça explodir uma bomba em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), na Esplanada dos Ministérios, exigindo entrar no prédio enquanto segurava uma criança no colo e estava acompanhado de uma mulher grávida e de outra criança em um carrinho. A ação mobilizou o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o esquadrão antibombas e forçou a evacuação de servidores da região.
O suspeito chegou a detonar um artefato de baixa potência no gramado diante do edifício, provocando pânico entre os presentes. Após mais de duas horas de negociação, ele foi imobilizado sem deixar feridos. Mas quem é o homem por trás desse ato extremo?
Identidade revelada
O responsável pela ameaça foi identificado como Flávio Pacheco da Silva, de 38 anos, morador de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. De acordo com informações preliminares da Polícia Civil, Flávio trabalhava como servente de pedreiro e não possuía antecedentes criminais registrados em Brasília. Ele foi identificado por meio de tecnologia de reconhecimento facial.
Testemunhas relataram que Flávio vive com a mulher — que está grávida — e as duas crianças que o acompanhavam no momento da ação. Segundo vizinhos, a família era considerada reservada e não havia sinais aparentes de comportamento violento ou radicalizado.
O ataque e a resposta policial
Por volta das 15h30, a Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada após denúncias de que um homem carregava um artefato explosivo em frente ao MDS. Imagens captadas no local mostram Flávio movimentando-se com um carrinho de bebê e segurando uma das crianças no colo, enquanto negociava com os policiais.
A Operação Petardo foi imediatamente deflagrada pela PMDF. Flávio teria ameaçado detonar uma bomba caso não conseguisse entrar no ministério, alegando, segundo testemunhas, ter tido um processo negado — possivelmente relacionado a algum benefício social. Durante a ação, ele segurava um pacote suspeito e um isqueiro nas mãos.
Pouco tempo depois, um artefato de baixa potência foi detonado no gramado do ministério. Policiais do Bope conseguiram isolar as crianças, imobilizar o homem e garantir que os demais explosivos fossem desativados com segurança.
Investigação e possíveis motivações
Após ser preso, Flávio foi conduzido a uma unidade de saúde junto com a esposa e os filhos. Todos passam bem, de acordo com a PMDF. Em seguida, ele foi autuado em flagrante e levado à 5ª Delegacia de Polícia, onde responderá por ameaça, porte de explosivo, formação de quadrilha, além de possíveis crimes relacionados à exposição de menores a risco extremo e tentativa de atentado contra patrimônio público.
A Polícia Civil investiga a motivação do ato. Embora Flávio não tenha dado declarações formais, fontes policiais apontam que o suspeito, supostamente, poderia sofrer de algum tipo de distúrbio mental. Ao site Correio Braziliense, o major Rapha Brooke, da PM, afirmou que “o homem dizia palavras desconexas” e mencionou tentativas de asilo em embaixadas e atendimentos anteriores pela Polícia Federal.
As investigações prosseguem para tentar determinar a razão exata pela qual o homem tentou explodir bombas no ministério. Familiares e testemunhas devem ser ouvidos nos próximos dias para apurar se houve inspiração em casos anteriores ou possível articulação com terceiros.
Caso não é isolado
Este não é um caso isolado. O atentado desta quinta-feira ocorre em um contexto crescente de episódios de radicalização no Brasil. Em novembro de 2024, por exemplo, o extremista conhecido como “Tiü França” tentou atacar o Supremo Tribunal Federal com bombas caseiras e morreu ao detonar acidentalmente um dos artefatos.
▪️Redação C/ Revista Fórum
