Morto enquanto estava em um quiosque na orla do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, Sérgio Rodrigues da Costa Silva, conhecido como Sérgio Bomba, era investigado por chefiar uma milícia em Sepetiba, na mesma região. Ele já foi apontado como braço-direito de Carlos da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morto em abril de 2017.
Naquele mesmo ano, Sérgio foi preso durante a Operação Horus, deflagrada pela Polícia Civil, que investigava os criminosos sobre cobrança de taxas a moradores e comerciantes, grilagem de terras e roubo e clonagem de veículos, entre outros delitos. A ação tentava desmantelar o grupo de milicianos. À época, foram expedidos 28 mandados de prisão, dos quais 12 foram cumpridos.
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio estava investigando a participação de Sérgio na guerra da milícia em Sepetiba. A disputa poderia ser contra Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, braço-direito do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso no fim de 2023.
Desde a morte de Carlinhos Três Pontes, em 2017, a região em que o miliciano atuava passou a ser disputada. Após o criminoso morrer numa ação da polícia, o comando do grupo foi assumido por Wellington da Silva Braga, o Ecko, irmão de Carlos. Com a morte do sucessor, os negócios seguiram em família, passando o comando para o irmão Zinho.
Durante esses anos de controle, a família viu perder aliados, entre eles, Danilo Dias Lima, o Tandera, que participou de várias ações criminosas ao lado de Ecko e Zinho. O miliciano passou a controlar regiões em cidade da Baixada Fluminense, como Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu.
No fim da noite deste domingo, Sérgio foi morto a tiros enquanto estava em um quiosque na orla do Recreio. Um homem armado efetuou os disparos ao se aproximar. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o crime.
Territórios em disputa
Quem suceder Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, no comando da maior milícia do Rio vai controlar um faturamento anual estimado pela polícia em torno de R$ 120 milhões. O dinheiro é obtido com a exploração de negócios ilegais na Zona Oeste do Rio, como extorsões, venda clandestina de sinal de TV a cabo, e cobranças de taxas de segurança e de pedágio para permitir a circulação de vans.
Com 12 mandados de prisão expedidos em seu nome pela Justiça, Zinho se entregou à Polícia Federal na noite do último dia 24. Investigações policiais revelam que ainda há uma incerteza sobre quem será o novo número 1 na hierarquia da quadrilha. No entanto, as primeiras informações dão conta de que algumas comunidades já estariam sendo comandadas por subordinados de Zinho, numa espécie de loteamento temporário.
Redação com Extra Online