Anadia/AL

21 de julho de 2024

Anadia/AL, 21 de julho de 2024

Risco de inundações pode levar Tailândia a mudar a capital Bangkok

Em entrevista à AFP, um funcionário de alto escalão dos serviços climáticos do país indicou que as projeções mostram, com consistência, que a cidade corre o risco de ser inundada pelo mar antes do final do século.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 16 de maio de 2024

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Bairros financeiros de Bangkok, Silom e Sathorn, poderiam estar sujeitos a inundações. Foto: @monasie.com

Grande parte da vibrante capital tailandesa já sofre inundações durante a estação chuvosa no país. Pavich Kesavawong, vice-diretor-geral do Departamento de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do governo, teme que a capital não seja capaz de se adaptar com rapidez suficiente aos impactos do aquecimento global.

“Acho que já ultrapassamos 1,5°C de aumento de temperatura em comparação com a era pré-industrial”, indica. “Agora, temos que voltar atrás e pensar na adaptação, porque Bangkok ficará submersa se a situação atual não mudar”, ressalta.

O município considera diversas medidas, incluindo a construção de diques como os utilizados na Holanda.

“Nós pensamos em mudar”, confidencia Pavich, sublinhando que as discussões ainda estão na fase de hipóteses e que o problema “é muito complexo”.

“Pessoalmente, acho que é uma boa escolha. Assim poderíamos separar a capital, os distritos governamentais e os distritos comerciais”, explica. “Bangkok ainda seria a capital do governo, mas deslocaríamos os comércios.”

Decisão não seria inédita: o exemplo da Indonésia

Uma decisão política sobre a mudança da capital continua distante, mas não é inédita na região. Este ano, a Indonésia inaugurará a sua nova capital, Nusantara, que substituirá a poluída e afundada Jacarta como centro político do país. O imenso projeto é controverso e extremamente caro, com um preço estimado entre €29,5 e €32,3 bilhões.

A Tailândia sofre os efeitos das alterações climáticas em diversos setores, desde a agricultura, que enfrenta o forte calor e a seca, até ao turismo, afetado pela poluição e o branqueamento dos corais. As autoridades já fecharam vários parques nacionais devido ao fenômeno, e Pavich alerta que novos fechamentos podem ocorrer.

“Precisamos salvar a nossa natureza, por isso tomaremos todas as medidas que possam proteger os nossos recursos”, diz ele.

Mas o integrante do governo reconhece que a política nacional para o meio ambiente ainda não traz resultados robustos, especialmente o combate à poluição atmosférica, particularmente grave no norte do país. Este ano, o governo aprovou um projeto de lei sobre o tema. O texto ainda deve ser submetido ao Parlamento.

Poluição da agricultura

Segundo Pavich, as autoridades do parque nacional também reforçaram as medidas de prevenção e extinção de incêndios em áreas protegidas.

“O setor agrícola coloca-nos sérios problemas”, afirma, referindo-se à queima de resíduos de culturas, que gera poluição sazonal. Uma melhoria não é esperada antes de vários anos.

O Departamento de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, ligado ao Ministério dos Recursos Naturais e Ambiente, implementa a primeira lei sobre alterações climáticas da Tailândia, que é arquitetada desde pelo menos 2019, mas foi enterrada durante a pandemia de Covid-19.

Pavich espera que o texto, que aborda todos os assuntos – como preços do carbono e medidas de adaptação às mudanças do clima – seja votado novamente este ano.

A Tailândia pretende ser neutra em emissões de carbono até 2050 e zerar as emissões líquidas de CO2 até 2065.

Redação com RFI

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