Anadia/AL

12 de março de 2025

Anadia/AL, 12 de março de 2025

Ritmo frenético da política econômica americana provoca instabilidade em mercados do mundo todo

Trump se encontrou com um grupo de 100 líderes das maiores empresas americanas. Muitas perderam valor de mercado nos últimos dias e procuraram o presidente em busca de mais clareza sobre a política econômica que a Casa Branca pretende implementar⏰06h06min

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 12 de março de 2025

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Elon Musk e Donald Trump com carros da Tesla | Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Por Jornal Nacional

Em um único dia, Donald Trump dobrou tarifas, ameaçou e depois recuou na guerra comercial com o Canadá. O ritmo frenético da política econômica americana está provocando instabilidade em mercados do mundo todo.

A incerteza pode custar caro para a economia. Nesta terça-feira (11), Donald Trump completou 50 dias na presidência. Nesse período, anunciou a imposição de nove tarifas diferentes sobre importações, mas no meio do caminho mudou de ideia. Adiou e revogou a implementação de algumas taxas para o México e o Canadá.

A guerra comercial com os vizinhos teve um novo capítulo esta semana. Na segunda-feira (10), o governador da província canadense de Ontário anunciou taxas para o fornecimento de energia elétrica que é exportada para alguns estados americanos. Em resposta, Trump decidiu nesta terça-feira (11) de manhã dobrar para 50% as tarifas sobre o aço e o alumínio do Canadá – que começam a valer nesta quarta-feira (12).

Depois disso, o governador de Ontário, Doug Ford, suspendeu a sobretaxa. No meio da tarde, o governo americano voltou atrás na decisão de dobrar as cobranças sobre metais canadenses. Com isso, as tarifas para o Canadá serão iguais às para o restante do mundo: 25%.

Ritmo frenético da política econômica americana provoca instabilidade em mercados do mundo todo — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Ritmo frenético da política econômica americana provoca instabilidade em mercados do mundo todo — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Essa falta de previsibilidade sobre a guerra das tarifas aumenta a desconfiança dos investidores. O economista Marcus Noland explica:

“Investimento é uma aposta no futuro. Então, se as regras do futuro são incertas ou pouco claras, as empresas não vão investir, e esse declínio no investimento desacelera a economia. Tanto as empresas quanto os consumidores estão desacelerando os investimentos devido a toda essa incerteza sobre a política econômica”.

Em uma entrevista que foi ao ar no domingo (9), Trump foi questionado sobre o impacto das tarifas e se espera uma recessão em 2025. O presidente americano não respondeu sim ou não. Trump afirmou:

“Eu odeio prever coisas assim. Há um período de transição porque o que estamos fazendo é muito grande, estamos trazendo riqueza de volta para a América. Isso é algo grande e leva um tempinho”.

A falta de um “não” enfático para afastar os rumores de recessão assustou os investidores. E o efeito em Wall Street – coração financeiro dos Estados Unidos – foi desastroso. No dia seguinte à entrevista, a Bolsa de Valores de Nova York teve o pior resultado do ano.

Nesta terça-feira (11), o dia começou turbulento na bolsa com a decisão de Trump de dobrar as tarifas sobre metais canadenses. O mercado até reagiu bem a outras notícias, como a decisão da Ucrânia de aceitar um cessar-fogo. Mas não foi suficiente para afastar as incertezas sobre as tarifas. Por isso, os principais índices, como o Dow Jones, fecharam em queda.

O presidente americano tentou acalmar os investidores. Durante a tarde, Trump foi questionado novamente sobre a possibilidade de recessão. Dessa vez, respondeu:

“Eu não vejo isso acontecendo de forma alguma. O país vai ter um boom”.

Também nesta terça-feira (11), o presidente se encontrou com um grupo de 100 líderes das maiores empresas americanas. Muitas perderam valor de mercado nos últimos dias e procuraram o presidente em busca de mais clareza sobre a política econômica que a Casa Branca pretende implementar.

Entre os convidados da Casa Branca, estava o bilionário Elon Musk, que comanda o Departamento de Eficiência Governamental, criado por Trump para enxugar os gastos públicos. Trump entrou em um carro da Tesla – a montadora de veículos elétricos de Musk. Um gesto simbólico em uma hora em que a empresa enfrenta um momento delicado

Na segunda-feira (10), a Tesla teve perdas de US$ 130 bilhões na bolsa. As ações da empresa desvalorizaram mais de 50% desde dezembro. Os investidores acreditam que o trabalho de Musk na Casa Branca esteja distraindo o bilionário e prejudicando a administração dos negócios.

Em entrevista, o empresário admitiu que está gerindo as suas empresas com grande dificuldade. Além disso, o apoio de Musk a partidos de extrema direita na Europa é apontado como uma das causas para o boicote de clientes aos produtos da Tesla. A venda de carros da empresa caiu 45% em janeiro em relação ao ano anterior, e algumas lojas da marca foram vandalizadas por manifestantes.

Fonte: G1

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