Por Guilherme Levorato
Em entrevista publicada na madrugada desta quarta-feira (30) pelo jornal norte-americano The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil buscará novos parceiros comerciais caso os Estados Unidos, sob a gestão do presidente Donald Trump, sigam com a imposição de tarifas contra produtos brasileiros. O presidente fez um aceno direto à China, principal parceira comercial do Brasil, ao declarar que não se curvará a pressões geopolíticas, informa o g1.
“Se os Estados Unidos não quiserem comprar algo de nós, nós vamos atrás de quem queira. Temos uma relação comercial extraordinária com a China”, declarou Lula, em resposta ao tarifaço norte-americano, que entra em vigor nesta sexta-feira (1º), com uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.
Lula disse ainda que vem tentando contato com Donald Trump para discutir o tema, mas, segundo ele, sem sucesso até o momento. “Ninguém quer conversar”, resumiu o presidente brasileiro.
Lula rejeita alinhamento ideológico – O presidente brasileiro criticou a tentativa de enquadramento do Brasil na lógica de uma nova Guerra Fria entre os Estados Unidos e a China. Segundo ele, o país seguirá adotando uma postura pragmática na política internacional, pautada por interesses comerciais e não ideológicos.
“Se os Estados Unidos e a China quiserem uma Guerra Fria, não aceitaremos. Não tenho preferência. Tenho interesse em vender para quem quiser comprar de mim — para quem pagar mais”, afirmou. Lula também frisou que não vê motivos para antagonismo com o líder republicano. “Trump é uma questão para o povo americano lidar. Eles votaram nele. Fim da história”, disse ao jornal.
China sinaliza abertura a mais comércio com o Brasil – Em meio ao acirramento da tensão entre Brasília e Washington, o governo chinês indicou disposição para aprofundar os laços comerciais com o Brasil. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, declarou na segunda-feira (28) que o país asiático quer cooperar com o Brasil para “defender conjuntamente o sistema multilateral de comércio centrado na OMC [Organização Mundial do Comércio] e proteger a justiça e a equidade internacional”.
Questionado sobre a ampliação da abertura às exportações brasileiras, Jiakun afirmou que a China está disposta a “promover a cooperação com base em princípios de mercado”.
Redação C/ Brasil 247
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