A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), segue monitorando a situação da Monkeypox em Alagoas. O acompanhamento é realizado de forma integrada com as Secretarias Municipais de Saúde (SMSs) dos 102 municípios e busca combater o avanço do vírus no Estado. A Monkeypox, conforme o Ministério da Saúde (MS), é uma zoonose viral, transmitida aos humanos, a partir de um vírus que circula entre animais. Ela é causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família poxvírus. Os sintomas clássicos da doença são febre, calafrios, cansaço, feridas na pele, gânglios inchados, além de dores de cabeça, no corpo e nas costas.
O chefe do Gabinete de Combate às Doenças Infectocontagiosas da Sesau, infectologista Renee Oliveira, explica que a Monkeypox voltou a ser uma emergência sanitária global. A classificação foi especificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por causa do aumento de novos casos na África, além da descoberta de uma nova variante no continente.
“Estamos vendo em outros países um grande índice de mortalidade após esses novos casos, principalmente de adolescentes. Essa nova variante se mostrou muito mais agressiva e muito mais transmissível. A preocupação da OMS, neste momento, é a saída dessa nova variante da África para os demais continentes, o que pode causar muitas outras mortes”, pontuou o infectologista.
Por outro lado, Renee Oliveira destaca que a situação da Monkeypox no Brasil e, em Alagoas, está sob controle neste momento, sem o registro de um aumento significativo no número de casos.
“Medidas foram implementadas com relação aos cuidados de transmissão, com orientações sobre o contato físico e sexual, além da oferta de vacina para o grupo com imunodeficiência, pacientes que vivem com HIV. Tudo isso ajudou na contenção”, frisou.
Transmissão e tratamento – A Monkeypox é transmitida por meio de contato próximo com as lesões de pele, por secreções respiratórias ou objetos usados por uma pessoa que está infectada. É importante ressaltar que o vírus causador da doença se espalha pelo contato próximo com uma pessoa infectada, que pode passar o vírus pelas lesões características na pele ou por gotículas grandes, expelidas pelo sistema respiratório, como os presentes nos espirros, por exemplo.
Ainda de acordo com o infectologista da Sesau, em casos de infecções, a recomendação é isolar o paciente para evitar a transmissão do vírus. “Tem que se ter cuidado com os objetos que a pessoa teve contato e buscar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde [UBS], que é a porta de entrada para receber pessoas com um quadro de Monkeypox. A depender da gravidade, o paciente pode precisar de uma internação e a Rede Estadual de Saúde está preparada para isso”, afirmou.
Diagnóstico – O diagnóstico da Monkeypox é realizado a partir da coleta de material das lesões presentes no paciente. As amostras são levadas ao Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL), onde são analisadas. O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, ressalta o compromisso da pasta em atuar para prevenir novos casos da doença em Alagoas.
“Nosso monitoramento é constante e buscamos recomendações junto ao nosso corpo técnico para trabalhar sempre com a prevenção, levando informações seguras à sociedade e preparando a nossa Rede Estadual de Saúde para receber possíveis pacientes com Monkeypox. Já temos um fluxo de trabalho estruturado para atender esse tipo de doença e seguimos vigilantes. Também é bom destacar que o momento atual não requer pânico”, disse o titular da Saúde de Alagoas.
Panorama em Alagoas – Conforme os dados do Cievs, 27 casos de Monkeypox foram registrados em Alagoas durante toda a série histórica do levantamento, iniciada em dezembro de 2022. Desse total, 16 foram em Maceió e o último caso registrado foi em maio deste ano, no município de Arapiraca. A maioria dos pacientes infectados no Estado é do sexo masculino, com idade entre 20 e 39 anos.
Fonte: TNH1