O secretário da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, comentou na manhã desta sexta-feira (9) que a abordagem que levou à morte do jovem Jefferson de Araújo Costa, no Complexo da Maré, na Zona Norte, com um tiro à queima-roupa, foi completamente equivocada. O agente responsável pelo disparo foi preso ainda nesta quinta-feira (8) e deve responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Em entrevista ao ‘Bom dia Rio’, da TV Globo, ele reforçou que as imagens do crime ainda estão sendo analisadas pela Corregedoria. “Não é ensinado isso nos nossos bancos escolares, nos nossos centros de treinamento. A abordagem daquela forma, numa manifestação, não é feita daquela forma. Completamente equivocada a abordagem do policial”, admitiu o secretário.

A vítima participava de um protesto de moradores contra a atuação policial na Maré. Ele foi baleado na barriga e encaminhado por familiares ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte, mas já chegou morto à unidade. O par de chinelos e o boné de Jefferson foram deixados no local onde ele foi baleado ao lado de uma poça de sangue. O policial foi embora sem prestar socorro.

De acordo com a PM, a corporação atuava no local em uma operação emergencial após receber informações de que um caminhão cegonha, que transportava 11 veículos, teria sido roubado na Avenida Brasil, na altura da Penha, e levado para a Maré. Na ação, o motorista do caminhão foi libertado pelos criminosos. Todos os 11 carros foram recuperados e levados para o pátio do 22º BPM (Maré), assim como outro veículo de luxo e quatro motocicletas.

PM preso em flagrante

Após a morte, o policial militar Eduardo Gomes dos Reis, lotado no 22º BPM (Maré) foi conduzido à 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), onde prestou depoimento e foi e preso em flagrante pelo crime. Sua arma e sua câmera operacional portátil, que estava na sua farda no momento em que atirou no jovem, foram recolhidas e disponibilizadas para a investigação. Ele foi encaminhado para a Unidade Prisional da Corporação, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Em nota, a PM destacou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM), por meio da Corregedoria Geral, para esclarecer as circunstâncias do fato. O agente chegou a prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), mas o caso ficou a cargo da Justiça Militar.

*Redação com O Dia