Por: Jéssica Marques
Em ofício enviado ao governador Cláudio Castro, na terça-feira, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, pediu a troca no comando da Polícia Militar. No documento, o secretário solicita a exoneração do coronel Luiz Henrique Marinho Pires do cargo de secretário da PM e a nomeação, em seu lugar, do coronel Ranulfo Souza Brandão Filho, comandante do Comando de Operações Especiais da PM desde 2015.
O ofício foi recebido pelo subsecretário de Estado do Gabinete do Governador, Victor Travancas, que deu “fé pública” ao pedido do secretário Vitor Santos, uma formalização ao recebimento. Travancas é ligado ao Presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), que, desde outubro do ano passado, já vinha articulando mudanças estruturais na PM, principalmente a troca do comando da pasta. Segundo fontes do governo ouvidas pelo GLOBO, o pedido de exoneração do coronel Luiz Henrique Pires surpreendeu Cláudio Castro, que ainda não se pronunciou sobre o ofício.
Nos bastidores da Polícia Militar há rumores de que o coronel Ranulfo, comandante de Operações Especiais, seja próximo do secretário Vitor Santos, mas pouco íntimo do governador Cláudio Castro, que não estaria tão entusiasmado com a indicação do nome para o comando da secretaria.
A mudança na gestão da PM, portanto, seria um desejo antigo de Santos e seus aliados na Assembleia Legislativa (Alerj), que assumiu a secretaria de Segurança Pública em novembro do ano passado. Naquela época, ele ainda não tinha poder de nomeação dos secretários das Polícias Civil e Militar, fato que só aconteceu no último dia 14 de março, com o Decreto 49.001.
Com ele, o secretário de Segurança Pública ganhou mais autonomia, podendo, segundo o Artigo 9º, fazer nomeações para os cargos secretariados, e pedir a “exoneração de qualquer dos cargos” desde que indique um nome para a substituição. No entanto, a decisão final continua sendo do governador.
Até o momento, o atual secretário da PM ainda não foi avisado formalmente de sua exoneração. Fontes ouvidas pelo GLOBO informam que ele está “tranquilo”, trabalhando normalmente.
*Redação com o Globo