O advogado criminalista Bruno Salles Ribeiro discutiu amplamente em uma entrevista à TV 247 a situação da segurança pública no Brasil e a recente nomeação do ex-ministro do Supremo Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça.
Ele elogiou a escolha de Lewandowski, destacando sua postura moderada e conciliadora, mas ao mesmo tempo firme. Salles Ribeiro, ex-aluno do ministro, observou que a atuação no Ministério da Justiça exigirá uma abordagem diferente da do Supremo, especialmente na necessidade de negociação com agentes políticos, incluindo a extrema direita. “Ele terá de dialogar com a extrema direita, ou não será possível aprovar legislação”, afirmou.
O advogado também abordou o recente debate sobre a ‘saidinha’, mencionando o caso do policial Roger Dias da Cunha, morto em Belo Horizonte. A Justiça determinou a regressão de regime para Welbert de Souza Fagundes, suspeito do crime, que cumpria pena em regime semiaberto. Apesar das baixas taxas de reincidência, parlamentares buscam agora retirar esse direito.
Citando exemplos internacionais, como El Salvador e Equador, Salles Ribeiro destacou a popularidade da pauta de segurança pública na América Latina. Em El Salvador, a criminalidade foi drasticamente reduzida, mas à custa de direitos civis e instauração de uma ditadura insustentável. No Equador, enfrenta-se um estado de guerra devido ao descontrole da criminalidade.
Por conta disso, conclui Salles Ribeiro, as forças de esquerda precisam de uma nova abordagem de segurança pública. “É impossível sustentar essa quantidade de presos em El Salvador, e foi isso que o Bolsonaro e a extrema direita querem fazer aqui. Mesmo a economia indo mal, a pauta de segurança pública pode ser mais importante que a pauta econômica, e esse é o calcanhar de aquiles da esquerda”. Assista:

