
Cerca de 47 milhões de estudantes foram surpreendidos com a nova Lei nº 15.100/2025, sancionada no dia 13 de janeiro, que restringe o uso de celulares nas escolas de todo o Brasil. A decisão surge em meio a um intenso debate sobre os impactos dos dispositivos móveis no ambiente escolar.
A medida se aplica tanto às redes públicas quanto às particulares, cabendo a cada instituição definir estratégias para sua implementação desde o início do ano letivo.
Especialistas e a sociedade em geral apontam que o uso excessivo pode prejudicar a aprendizagem. Apesar da proibição, a lei permite exceções para atividades pedagógicas que exijam o uso do celular, desde que supervisionadas por professores.
O que pensa os professores
O presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Eduardo Vasconcelos, afirma que a tecnologia foi introduzida nas salas de aula com o intuito de auxiliar no ensino, mas acabou se tornando um obstáculo, principalmente com a popularização das redes sociais e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.
“Infelizmente, a tecnologia entrou na sala de aula para ajudar, mas depois se tornou um transtorno. Isso não é de agora. Principalmente com o surgimento das redes sociais e aplicativos de mensagens. O WhatsApp, por exemplo, passou a ser utilizado não apenas para conversar, mas também para colas e outras práticas inadequadas”, explica.
Para ele, a restrição é necessária, apesar de ainda não estar totalmente regulamentada. Vasconcelos ressaltou que os professores devem agir com bom senso e evitar conflitos diretos com os alunos, sempre buscando apoio da supervisão e coordenação escolar.
“Os professores são orientados a não entrar em atrito. O ideal é envolver a direção e, se necessário, os pais ou responsáveis para que a situação seja resolvida da melhor forma”, destaca.

Como as escolas estão lidando com a mudança?
A gestora da Escola Estadual Professor José Sá Silveira Camerino, Sheila Cardoso, conta à reportagem que a medida pegou todos de surpresa, mas que já está surtindo efeitos positivos no comportamento dos alunos.
“No início, encontramos resistências, mas fizemos um experimento social. Nos primeiros dias, explicamos a nova regra e pedimos que os estudantes mantivessem os celulares desligados e guardados na mochila. Como muitos não seguiram a orientação, optamos por recolher os aparelhos em uma caixa, devolvendo-os apenas ao fim do turno”, relata.
Já nas escolas municipais de Alagoas, a professora Edeildes Oliveira, que leciona há 32 anos para turmas do 6º ao 9º ano, afirma que a adesão à nova lei ainda é um desafio, dado o pouco tempo de implementação.
“Muitos estudantes tentam levar o celular para a escola de diferentes formas. Para que a medida seja eficaz, é essencial que família, escola e comunidade trabalhem juntas”, pontua.
O impacto na rotina dos alunos
Com a evolução da tecnologia, muitas práticas escolares mudaram. Antigamente, os alunos copiavam o conteúdo do quadro. Hoje, uma frase se tornou comum nas salas de aula: “Tirei foto, não preciso copiar”.
A estudante Luanna Laurentino, do 2º ano do ensino médio, compartilha sua experiência com a nova regra. Em sua escola, os celulares devem permanecer desligados e guardados. “Muitos alunos encaram a proibição de forma negativa, mas acredito que o maior problema está na forma como foi implementada.
O celular prejudica realmente a concentração, mas sua retirada abrupta causa um impacto significativo, especialmente para os jovens que estão acostumados a estar conectados o tempo todo”, observou.
A nova legislação ainda deve passar por ajustes conforme as escolas identificam os desafios e propõem soluções. O debate sobre a presença da tecnologia na educação continua, e o grande desafio será encontrar um equilíbrio entre disciplina e inovação pedagógica.
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