Por: Saulo Pereira Guimarães
O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o ex-ministro de Direitos Humanos Silvio Almeida seja notificado para prestar esclarecimentos sobre declarações contra a associação Me Too Brasil.
O que aconteceu
Ex-ministro tem prazo de 15 dias para responder notificação. Não é obrigatório que Almeida preste qualquer tipo de esclarecimento.
Almeida foi acusado de assediar mulheres. As denúncias foram tornadas públicas por meio de reportagens publicadas por Guilherme Amado e outros jornalistas a partir de setembro do ano passado. A associação Me Too Brasil divulgou, com a anuência das vítimas, os casos de assédio à imprensa após questionamento.
Na ocasião, o ex-ministro acusou associação de querer “diminuir sua existência”. Uma publicação do ministério no mesmo período afirmava que o apoio da Me Too às vítimas era uma “tentativa de interferência” por parte do grupo na licitação do disque 100, serviço mantido pela pasta para denúncias ligadas a questões de direitos humanos.
“Tentaram me matar”, escreveu Almeida em fevereiro. Em nova publicação nas redes sociais, o ex-ministro disse que atores públicos “por disputa política ou por ressentimento, ladeados por ONGS suspeitíssimas, ainda fazem pressões indevidas sobre instituições do Estado” para prejudicá-lo.
“Anielle se perdeu num personagem”, afirmou o ex-ministro ao UOL. Na primeira entrevista após a revelação do escândalo, Almeida disse que esteve poucas vezes com a ministra de igualdade racial Anielle Franco — uma das vítimas de assédio — e negou que tenha tido condutas inapropriadas quando esteve com ela.
Almeida teria importunado Anielle pela primeira vez em 30 de dezembro de 2022. Segundo a revista Piauí, ele teria se aproximado dela e dito: “Nossa, como você está linda e cheirosa hoje”. Depois, ele teria feito sussurros eróticos nos ouvidos dela e passado a mão em suas pernas por baixo da mesa durante uma reunião.
Redação com Uol