O empresário e ex-deputado Tony Garcia reafirmou nesta quarta-feira (2) que o ex-juiz, declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal, Sergio Moro, está envolvido no escândalo da chamada “festa da cueca”, em Curitiba (PR), onde o ex-magistrado e atual senador pelo União Brasil-PR teria usado o evento para chantagear o Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4), que foi responsável pelos julgamentos de segunda instância da Lava Jato. A chantagem seria para que magistrados do tribunal atendessem aos interesses do ex-juiz parcial.
Conforme revelou com exclusividade o jornalista Joaquim de Carvalho, repórter especial e documentarista do 247, a defesa do empresário protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição que pode trazer mais detalhes sobre o evento. A festa teria contado com a participação de prostitutas na suíte presidencial do Hotel Bourbon, em Curitiba, em 2003, antes da Lava Jato.
Segundo os relatos de Garcia, o advogado Sérgio Renato da Costa Filho gravou a festa dos desembargadores com as garotas de programa. Ele era sócio do advogado Roberto Bertholdo. Em entrevista ao 247, publicada nesta quarta-feira, Tony Garcia confirmou que foi discutido o oferecimento de propina a desembargadores do TRF4. “A primeira coisa que Moro fez quando eu saí da prisão foi me chamar em seu gabinete: ‘você pode propor imunidade se ele nos entregar as gravações'”, relatou.
O advogado Roberto Bertholdo, outro perseguido por Moro, confirmou as revelações feitas por Garcia de que integrantes do Judiciário participaram da chamada “festa da cueca”. “Houve algumas ocasiões de festa e gravações clandestinas”, afirmou Bertholdo ao jornalista do 247 em setembro do ano passado.
Em dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli determinou a abertura de inquérito na Corte contra Moro e os procuradores que atuaram no acordo de delação de Tony Garcia. Moro vem negando as acusações de ter atuado de forma ilegal quando juiz.
Redação com Brasil 247