Por Julia Motta
O projeto de construção de um trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo ganhou novas projeções esta semana. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o cronograma da iniciativa, que será realizada pela empresa TAV Brasil, já está em andamento, e o estudo de viabilidade deve ser entregue ao governo federal ainda este ano.
O plano é discutido desde 2009 e sempre enfrentou problemas relacionados ao financiamento. Porém, agora, depois de mais de 35 anos, parece que o projeto finalmente vai sair do papel. A expectativa é que as obras comecem em 2027. Já a operação do trem deve começar em 2032.
A projeção aponta que o trem-bala deve atender 30 milhões de pessoas anualmente, e percorrer o trajeto de 418 quilombolas entre Rio-São Paulo em apenas 1 hora e 30 minutos. Atualmente, esse percurso leva cerca de 6 horas por via terrestre.
O tempo recorde pode superar até mesmo os voos diretos entre as duas cidades. Porém, o custo para aproveitar esse conforto será alto.
O CEO da TAV Brasil, Bernardo Figueiredo, explicou que haverá dois preços para os trajetos realizados pelo trem-bala. Para viagens expressas, sem paradas e com serviço semelhantes aos oferecidos em aviões, o valor será em torno de R$ 500.
Já para viagens com paradas intermediárias, similar ao serviço rodoviário, o preço do bilhete será de cerca de R$ 300.
Desafios
De acordo com Figueiredo, o maior desafio para tirar a ideia do trem-bala do papel e colocá-la em prática é a captação de recursos. O projeto exibe o investimento de R$ 30 bilhões, e os nem todos os investidores estão dispostos a entrar em uma iniciativa tão arriscada, que já enfrentou fracassos anteriores.
A viabilidade técnica e os impactos ambientais também são barreiras para a construção do trem-bala. Percorrendo 418 quilômetros, o veículo irá passar por diferentes áreas, o que necessita de diversos estudos sobre o impacto que a extensa malha ferroviária irá causar nos locais.
Entre os benefícios do projeto, estão a geração de empregos diretos e indiretos, a modernização do setor de transporte no país e a diminuição da dependência do transporte rodoviário, que gera congestionamento e problemas ambientais.
Redacao com Revista Forum