Anadia/AL

16 de julho de 2025

Anadia/AL, 16 de julho de 2025

“Trump trabalha por uma guerra mundial econômica e ataca o Brasil por causa do BRICS”, diz Edinho Silva

Presidente do PT afirma que governo Lula reage com firmeza aos ataques econômicos dos EUA e denuncia avanço do Congresso sobre prerrogativas do Executivo - 05:18

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 16 de julho de 2025

B.0

Edinho Silva, eleito presidente nacional do PT nesta segunda-feira (07) - (Foto: Reprodução/Facebook)

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, afirmou que a ofensiva econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil tem origem na atuação estratégica do BRICS. Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, Edinho declarou que a resposta brasileira foi correta, sempre em defesa da soberania nacional e priorizando a via diplomática, apesar da pressão imposta por Washington.

“O governo Trump está trabalhando para que o mundo viva uma terceira guerra mundial, só que desta vez numa perspectiva econômica. O que Trump fez com o Brasil tem um caráter político-partidário, tem todo esse verniz político, mas ninguém me convence do contrário: toda a reação do governo Trump se deu por causa do BRICS”, afirmou o petista, que comandará o partido até 2029 e será o principal articulador da campanha pela reeleição do presidente Lula em 2026.

Edinho destacou a postura madura do governo Lula, que evitou medidas abruptas e reforçou o compromisso com a diplomacia.

“O governo brasileiro se posicionou bem, na defesa da soberania nacional. Não tomou nenhuma medida precipitada e está buscando um caminho diplomático”, disse. “A reciprocidade só ocorrerá se a diplomacia for negada”, pontuou o dirigente ao comentar a possibilidade de adoção de medidas contra os Estados Unidos.

Crise institucional e avanço do Congresso sobre o Executivo

Além do enfrentamento externo, Edinho Silva apontou que o Brasil vive uma séria crise institucional, em que o Congresso Nacional tem ampliado seu poder sobre funções exclusivas do Poder Executivo. Para ele, a disputa em torno da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é apenas um sintoma de um desequilíbrio mais profundo entre os Poderes.

“O presidente Lula criou uma coalizão, escolheu os ministros dessa coalizão, só que quem executa o orçamento é o Congresso. Isso enfraquece os ministros”, criticou.

Edinho explicou que o país tem experimentado um sistema híbrido, onde o Legislativo controla fatias consideráveis do orçamento, o que gera um cenário de desorganização institucional.

“Entramos em uma confusão institucional, onde o Parlamento está super empoderado porque levou para si atribuições do presidencialismo. Mas o presidente Lula é forte, reivindica suas atribuições. Isso gera um conflito estrutural”, afirmou. Segundo ele, o STF acaba sendo chamado constantemente a mediar conflitos, aumentando o protagonismo do Judiciário.

Justiça tributária e defesa do governo

O presidente do PT também rejeitou as acusações de que o partido teria resgatado o discurso do “nós contra eles”. Segundo Edinho, o governo apenas reagiu à tentativa do Congresso de impedir uma reforma tributária mais justa.

Para Edinho, o PT continuará dialogando com a sociedade, mas sem abrir mão de combater privilégios e defender a soberania nacional.

“Nós temos que unificar o Brasil sem ignorar que os partidos têm o direito de defender suas propostas. O governo tem o direito de dialogar com a sociedade sobre o que pensa”, afirmou.

Reeleição de Lula e fortalecimento do PT

Ao ser questionado sobre a disputa de 2026, Edinho foi taxativo:

“O nosso candidato a presidente será o jovem de 80 anos, Luiz Inácio Lula da Silva”, disse, exaltando a vitalidade e o dinamismo do atual presidente.

Ele ainda ressaltou que o PT atuará pela formação de uma ampla aliança política e evitará antecipar definições sobre a chapa presidencial. “Ainda há muita política para acontecer, mas construiremos a melhor chapa para Lula continuar reconstruindo o Brasil”, afirmou.

Quem é Edinho Silva

Edinho Silva tem 60 anos, é sociólogo formado pela Unesp, foi prefeito de Araraquara por quatro mandatos, deputado estadual e ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social no governo Dilma Rousseff. Filiado ao PT desde 1985, ele assume a presidência do partido com a missão de organizar a legenda para as eleições de 2026 e 2030, tendo como bandeiras principais a soberania nacional, a justiça social e a defesa da democracia.

Redação com Brasil 247

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