Anadia/AL

21 de julho de 2024

Anadia/AL, 21 de julho de 2024

Ucrânia acusa russos de execuções de civis na região de Kharkiv

A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira (16) que as suas tropas tentam evitar avanços militares russos no nordeste do país, onde a situação continua "extremamente difícil", segundo o presidente Volodymyr Zelensky. Moscou lançou uma ofensiva na região que permitiu obter os maiores ganhos territoriais para os russos desde o fim de 2022. Porém, as forças do Kremlin são acusadas de executar civis.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 17 de maio de 2024

gpl

Foto: Reprodução

A denúncia foi feita pelo ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, que acusou o exército russo de executar civis em Vovchansk, uma cidade que tinha 18 mil habitantes antes da guerra, localizada na região de Kharkiv (nordeste). Há quase uma semana, Vovchansk está sob ataque de tropas russas, que já conquistaram 260 km², de acordo com estimativas da AFP com base em dados fornecidos pelo Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW).

“Os soldados russos, que tentam ganhar posição na cidade, não permitiram a evacuação dos moradores: eles começaram a raptar pessoas para levá-las para porões”, disse, citando informações sobre “as primeiras execuções por fuzilamento de civis” pelo exército russo. “Um morador de Vovchansk tentou fugir a pé, recusando-se a seguir as ordens dos invasores. Ele foi morto pelos russos”, relatou Klymenko.

AFP não conseguiu confirmar estas acusações de uma fonte independente. A Rússia não reagiu imediatamente.

O chefe da administração militar de Vovchansk, Tamaz Gambarashvili, foi ferido nesta quinta-feira durante um ataque a um vilarejo próximo, informou o governador regional. Cinco outros homens ficaram feridos, incluindo dois médicos.

Segundo os serviços de emergência, 8.800 pessoas foram evacuadas desta área nos últimos dias. Uma pessoa foi morta e cerca de 15 outras ficaram feridas em vários atentados.

Civis evacuados

As pessoas retiradas de Vovchansk continuam a chegar a um centro humanitário na cidade de Kharkiv. Entre elas, estava Nadia Borodina, 85 anos, que puxava um cachorro na coleira e carregava um gato em um saco plástico. Ela esperou três dias para deixar o local, período em que sobreviveu com pouca comida e sem comunicação. “Os soldados chegaram e gritaram ‘Vamos, vamos!’ e saímos em cinco minutos”, disse a senhora à AFP. “Eu vivi a Segunda Guerra Mundial, mas hoje é ainda mais assustador.”

Apoiado em uma bengala, Pandji Ravchanov caminhava pelo pátio do centro de refugiados, a maioria deles idosos, que recebiam os primeiros cuidados. “Minhas mãos ainda tremem de medo”, confidencia o homem de 67 anos. Ele partiu com a esposa Olia a pé às 4h, caminhando até a estrada de Kharkiv, onde voluntários ucranianos o encontraram.

As forças russas já foram acusadas de abusos documentados na Ucrânia, em particular o massacre de centenas de civis em Bucha, um subúrbio de Kiev, que foi ocupado no início da invasão, em 2022.

Zelensky visita a região

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou Kharkiv nesta quinta-feira, onde se reuniu com o gabinete militar. Ele falou sobre a situação na capital regional e segunda maior cidade do país. “Nesse momento, a situação em Kharkiv está aparentemente sob controle, os nossos militares estão infligindo perdas significativas ao ocupante”, disse Zelensky. “Mas a área continua extremamente difícil, por isso estamos fortalecendo as nossas unidades”, acrescentou.

Os ataques russos se aproveitam do enfraquecimento das forças ucranianas. Nos últimos meses, faltam a Kiev homens, mas também armas e munições, devido a atrasos na ajuda militar ocidental.

A Rússia, pelo contrário, recrutou soldados em massa e reorientou a sua economia para a indústria militar.

Fonte: RFI

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