Por: Danielle Cândido
Salete Bernardo destacou a importância das discussões sobre letramento racial no serviço público para melhorar a compreensão do preenchimento do Censo e fortalecer o sentimento de pertencimento entre os servidores. Ela ressaltou que muitas pessoas se identificam como pardas, mas não entendem que, ao se identificarem como tais, elas também são consideradas negras. “Isso faz com que, a partir do Censo, sejam criadas políticas públicas com foco nos servidores”, afirmou.
A professora também provocou debates sobre os caminhos para a equidade, os desafios para ocupar espaços institucionais e a importância de reconhecer esses locais enquanto agentes de transformação, além de discutir o que está sendo feito na luta antirracista.
A roda de conversa contou com a participação de Arabella Mendonça, secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (SECDEF); Israel da Silva Oliveira, gerente da Assistência Social (Secria); Manuela Lourenço, superintendente de Políticas para Igualdade Racial (Semudh); e Renata dos Santos, secretária de Estado da Fazenda (Sefaz).
Israel da Silva Oliveira comentou sobre a importância do autoconhecimento e da autodeclaração racial. Ele explicou que muitos brasileiros, especialmente alagoanos, começam a se afirmar como negros apenas na adolescência ou após experiências traumáticas. “Eu nasci em Batalha, sou uma pessoa de descendência negra, mas só compreendi plenamente minha identidade racial quando vivenciei experiências externas”, compartilhou. Israel ressaltou que o Censo pode ajudar as pessoas a se autodeclararem de forma mais rápida e precisa, evitando confusões e sub-representações.
Na Universidade Estadual de Ciências e Saúde de Alagoas, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), do qual a professora Salete Bernardo faz parte, desempenha um papel fundamental em fomentar questionamentos, oferecer treinamentos e implementar políticas de cota. O Neabi também incentiva professores e alunos a compreenderem suas identidades e histórias, promovendo uma visão de futuro mais inclusiva e consciente.
Mês de sensibilização
Para sensibilizar os servidores sobre a importância do Censo e os temas abordados no formulário, diversas ações de conscientização serão realizadas ao longo do mês de junho. Estes eventos tratarão de questões como raça, gênero, identidade religiosa, orientação sexual e pessoas com deficiência. A programação inclui palestras, rodas de conversa, letramentos e debates, que ocorrerão em diferentes locais e datas, proporcionando momentos de reflexão e aprendizado para todos os participantes.
As inscrições devem ser feitas pelo link https://capacitacao.al.gov.br
Cada evento de sensibilização garantirá certificado de participação para os servidores, e aqueles que participarem de todos os eventos do ciclo de diversidade receberão um certificado único.
Confira a agenda de palestras:
06 de Junho – Lançamento do Censo dos Servidores
Local: Centro de Inovação do Polo Tecnológico de Jaraguá (CIPT)
Palestra: “Diversidade no Serviço Público” com a Professora Janaina Gama, com enfoque em raça.
10 de Junho – Mesa Redonda – Raça: Vivências e Representatividade no Setor Público, 9h
Local: Egal
12 de Junho – Letramento sobre Identidade de Gênero, 9h
Local: Egal
14 de Junho – Roda de Conversa: Diversidade de Gênero, 9h
Local: Egal
18 de Junho – Palestra: Liberdade Religiosa, 9h
Local: Egal
19 de Junho – CineDebate, 14h
Local: Centro Cultural Arte Pajuçara
Exibição de filme seguida de roda de conversa
21 de Junho – Palestra – Instituições Inclusivas: Acesso para Todos, 9h
Local: Egal
26 de Junho – Letramento sobre Orientação Sexual, 9h
Local: Egal
28 de Junho – Roda de Conversa: Orientação Sexual, 9h
Local: Auditório do Ifal
Encerramento do Mês de Sensibilização
*Redação com Tribuna Hoje