A Aliança Atlântica, que se reunirá em uma cúpula na próxima semana em Haia, na Holanda, está pressionando seus membros a aumentarem seus gastos com segurança em meio ao acirrado conflito na Ucrânia, desencadeado pelo ataque russo ao país vizinho em 2022.
No entanto, Vladimir Putin não se mostrou preocupado. “Não consideramos qualquer rearmamento da Otan uma ameaça à Federação Russa, porque somos autossuficientes em questões de segurança”, disse o chefe de Kremlin. “Estamos constantemente aprimorando nossas forças armadas e nossas capacidades de defesa”, afirmou ele durante reunião com representantes de agências de notícias estrangeiras em São Petersburgo.
“Combateremos todas as ameaças”
Um aumento nos gastos dos países membros da Otan para 5% de seu PIB criaria desafios “específicos” para a Rússia, admitiu Vladimir Putin, mas ele considerou essa seria uma medida “sem sentido” para os próprios membros da Aliança. “Combateremos todas as ameaças que surgirem”, disse. “Não há dúvida sobre isso”, insistiu.
O chefe de Estado apresenta a ofensiva russa em larga escala lançada na Ucrânia em 2022 como parte de um conflito mais amplo entre a Rússia e a Otan, que ele considera uma ameaça “existencial” às fronteiras de seu país.
Como parte das negociações de paz sobre a Ucrânia, Putin deseja discutir — particularmente com o líder americano Donald Trump — a arquitetura de segurança no Velho Continente. Kiev, por sua vez, busca garantias de segurança da Aliança Atlântica na preparação para qualquer acordo que vise pôr fim aos conflitos. Neste momento, as negociações de paz entre os dois países, iniciadas sob pressão de Donald Trump, estão paralisadas, com os dois lados permanecendo entrincheirados em posições divergentes.
A Rússia rejeitou a trégua “incondicional” buscada pela Ucrânia, que, por sua vez, descreveu as demandas da Rússia como “ultimatos”. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu a Vladimir Putin que se reunisse pessoalmente para encontrar uma solução para o conflito, uma opção rejeitada pelo presidente russo, assim como as demandas de Kiev por um cessar-fogo incondicional.
Putin pronto “para se encontrar com todos, até com Zelensky”
Já nesta quinta-feira, Putin disse estar aberto à cúpula, mas apenas como parte da “fase final” das negociações. “Estou até pronto para me encontrar (com Zelensky), mas somente se for a fase final” das negociações, afirmou o presidente russo. No entanto, ele questionou mais uma vez a legitimidade do líder ucraniano, cujo mandato presidencial expirou oficialmente em maio de 2024. Kiev não pôde realizar eleições presidenciais devido ao ataque russo e à imposição da lei marcial.
“Estou pronto para me encontrar com todos, até com Zelensky. Essa não é a questão”, repetiu. “Se o Estado ucraniano confia em uma pessoa em particular para liderar as negociações, meu Deus, pode ser Zelensky”, disse o chefe de Estado russo durante a mesa redonda. “Não importa quem negocie, mesmo que seja o atual chefe do regime”, acrescentou.
Fonte: RFI
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