🔰 Por Henrique Rodrigues
A espera pela autorização para o beija-mão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar desde o início da semana, tornou-se uma verdadeira disputa no meio bolsonarista. No entanto, um nome está destoando da fila de bajuladores que peregrina ao STF para tentar garantir seu ‘convitinho’: o do deputado federal Gustavo Gayer (PL). Sim, o mesmo Gayer que, ao que parece, gosta de pregar moralismo enquanto se encontra em meio a sérios problemas com a Justiça.
Alexandre de Moraes, ministro do STF relator da ação penal que julga a tentativa de golpe de Estado desferida por Bolsonaro, fez o que parecia óbvio: impediu que Gayer, alvo de investigação formal no Supremo, tivesse acesso ao ex-presidente. A decisão de Moraes não se baseia nas questões criminais relacionadas ao líder máximo da extrema direita brasileira, mas sim numa investigação que pesa sobre o próprio deputado.
Gayer é investigado pelo Supremo Tribunal Federal e pela Polícia Federal por supostos desvios de verbas públicas, envolvendo recursos de seu gabinete. Mais especificamente, ele é suspeito de financiar o aluguel e os custos de sua escola de idiomas particular em Goiânia com dinheiro do contribuinte. Para completar, o parlamentar também está associado a uma loja que comercializava artigos bolsonaristas, também supostamente financiada com dinheiro público de seu gabinete, o que não deixa de ser curioso, já que falamos de um sujeito que se apresenta como um moralista da política brasileira.
Em outubro de 2024, a PF deflagrou uma operação contra ele, destacando-o como uma “peça central de um esquema criminoso de desvio de verbas”. Tudo isso enquanto ele seguia reverberando sua imagem de defensor dos valores familiares tradicional e do “cidadão de bem”.
Enquanto os outros aliados de Bolsonaro conseguem suas autorizações para as visitas, como a vice-governadora do DF, Celina Leão, e os deputados Domingos Sávio, Joaquim Passarinho, Alden José Lázaro da Silva e Júlia Zanatta, Gayer fica de fora dessa tentativa desesperada de agradar ao ex-presidente, que, ao que tudo indica, está mais preocupado com sua liberdade pessoal do que com as questões do Brasil.
🔰 Fonte: Revista Fórum
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