Por Carolina Sanches
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que a Polícia Militar do Espírito Santo resgatou o grupo de trabalhadores alagoanos de Penedo que se encontrava em situação análoga à escravidão em uma fazenda de café no interior daquele estado.
“Estamos, neste momento, coordenando os esforços para garantir a segurança e o bem-estar dessas pessoas. A Superintendência tem mantido contato permanente com a Secretaria de Assistência Social do ES para organizar o transporte e trazer os trabalhadores de volta a Alagoas. Inclusive, o órgão já entrou em contato conosco para assegurar que todos cheguem em segurança”, informou a superintendência por meio de nota.
No vídeo, a cozinheira Wagna Silva, de 43 anos, informa que 12 pessoas de Penedo foram para a fazenda colher café, mas, quando chegaram ao local, não era nada do que esperavam.
“Quando a gente chegou aqui, não tinha café suficiente para se colher, o dono da fazenda está ameaçando a gente, falando que, se a gente for embora, vai reter a documentação da gente e que vai atrás com a polícia”, relata a cozinheira no vídeo.
Na denúncia, a cozinheira relata que todos estão dormindo no chão de concreto frio de uma casa insalubre. “A gente está cheio de caroços por causa de mosquito. Comida a gente está comprando, mas o dinheiro está acabando. A gente quer sair daqui e ser resgatado porque somos da mesma cidade. A gente não tem dinheiro para ir embora. A gente precisa comer e, a cada dia, a dívida só aumenta”, afirma.
O MPT informou que está apurando a denúncia, mas não pode repassar mais informações para não atrapalhar as investigações. O superintendente Regional do Trabalho e Emprego em Alagoas (SRTE/AL), Cícero Filho, comunicou que está acompanhando a denúncia.
“Entrei em contato com a superintendência da Polícia Federal aqui em Alagoas, com o superintendente Regional de Trabalho dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com a chefe da nossa auditoria oficial e com a Secretária de Assistência Social de Penedo”, disse.
O superintendente citou a atuação conjunta de diversos órgãos para a formação de uma rede de apoio para os trabalhadores e seus familiares.
“O resgate [dos alagoanos] é de competência do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho, um grupo nacional especializado em combater esses tipos de crimes. Outros órgãos, como o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Federal e também a Superintendência Regional de onde está ocorrendo o caso, no Espírito Santo. Mas, nós aqui de Alagoas estamos atentos. Estamos acompanhando passo a passo o caso, para dar todo o apoio a esses trabalhadores e seus familiares”, contou.
*Gazeta Web