Anadia/AL

3 de agosto de 2025

Anadia/AL, 3 de agosto de 2025

Receita para atravessar um agosto bolsotrumpista

Mês trágico da política traz maldição de Trump com apoio da família Bolsonaro e outros traidores da Pátria; veja o guia de sobrevivência.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 3 de agosto de 2025

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Foto: Reprodução - X

  Colunista Xico Sá

Agosto, com toda sua carga trágica, deu as caras. Pesa sobre agosto, desde o cadáver getulista de 1954, o folclore do mês do cachorro louco e do agouro generalizado.

O deste 2025 chegou com as maldições do imperador (decadente) Donald Trump contra os brasileiros. Sobrou até para os pescadores do Ceará que vendem seus peixes e crustáceos para os EUA.

O pior de tudo é saber que a desgraça que vem do Norte do mapa-múndi conta com o apoio e o aplauso perverso da família Bolsonaro —  e a torcida da extrema direita vai ao delírio.

Só o sadomasoquismo explica.

Agosto chegou pesado, com a trairagem à Pátria correndo solta, bem pior do que nos tempos de Calabar e Silvério dos Reis, para folhear duas páginas malditas da história.

Mais uma vez — e inevitavelmente — imito as sugestões do escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996) para atravessar e sobreviver a agosto. Li pela primeira vez a crônica profilática no Caderno 2 do “Estadão” de 06/08/1995.

Passados 30 anos, segue como a melhor receita para aliviar a barra. Na época, Caio F. e a imensa maioria dos brasileiros mal sabiam que era Jair Bolsonaro, um insignificante e improdutivo deputado federal em Brasília.

“FHC agrava agosto, e isso é tão grave que você já mudou de assunto”. O cronista se queixava da gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, o que pode ser considerado um luxo na comparação com o clã bolsonarista.

Caio F. tentava fugir da política — bem mais leve do que tudo que veríamos depois— e respirar mais leve.

Uma das sugestões de sobrevivência: “É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente”.

Segui a lição do autor de “Morangos mofados” e comecei o meu agosto, logo nas primeiras horas, em uma exposição sobre Júlio Verne, no MIS Experience, em São Paulo. Nunca vivi a ilusão de que estava em um mundo fantástico como desta vez.

“Vinte mil léguas submarinas”, “Viagem ao centro da terra”, “A volta ao mundo em 80 dias”…

Todo esse universo em projeções imersivas, zonas de realidade virtual, áreas de metaverso, instalações interativas, sala de realidade virtual 360°, que incrível viagem psicodélica.

Ali flutuando no espaço sideral ou pisando nos astros distraído, esqueci que vivia um agosto bolsotrumpista.

Olhava para minha mulher (Larissa) e para minha filha (Irene) e não acreditava que era possível experimentar o mundo com tal fantasia e leveza. Havíamos atravessado o primeiro dia de agosto de uma maneira que Caio F. aplaudiria.

Agora só faltam 29 folhinhas no calendário. Que tudo seja leve como nos balões de Júlio Verne.

Redação C/ ICL Notícias

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