Anadia/AL

22 de dezembro de 2024

Anadia/AL, 22 de dezembro de 2024

Ano de 2024 é o primeiro acima do limite de aquecimento de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris

Ainda mais quente do que o recorde estabelecido em 2023, o ano de 2024 passa a ser o primeiro ano a exceder 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, o limite de longo prazo estabelecido pelo Acordo de Paris, segundo anunciou esta segunda-feira (9) o Serviço de Alterações Climáticas (C3S) do observatório europeu Copernicus. 18:59min

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 9 de dezembro de 2024

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O mês de novembro, marcado por uma sucessão de tufões devastadores na Ásia e pela continuação de secas históricas na África Austral e na Amazônia, foi 1,62 °C mais quente do que um novembro normal. © redcharlie / Unsplash

Após o segundo novembro mais quente de que há registo, “é de fato certo que 2024 será o ano mais quente de que há registo e excederá o nível pré-industrial em mais de 1,5 °C”, concluiu o C3S.

E estes níveis históricos poderão se manter nos próximos meses, prevendo-se que as temperaturas globais estejam “próximas dos níveis recorde” no início de 2025, disse à AFP Julien Nicolas, cientista do C3S, especialmente porque o regresso do fenômeno La Niña, sinônimo de arrefecimento, permanece incerto este ano.

O mês de novembro, marcado por uma sucessão de tufões devastadores na Ásia e pela continuação de secas históricas na África Austral e na Amazônia, foi 1,62 °C mais quente do que um novembro normal, quando a humanidade não queimava petróleo, gás ou carvão à escala industrial.

Este valor é superior à marca simbólica de +1,5 °C, que corresponde ao limite mais ambicioso do Acordo de Paris de 2015, cujo objetivo era manter o aquecimento global bem abaixo dos 2 °C e prosseguir os esforços para limitá-lo a 1,5 °C.

No entanto, este acordo se refere a tendências a longo prazo: para se considerar que o limite foi ultrapassado, será necessário observar um aquecimento médio durante pelo menos 20 anos.

Segundo este critério, o clima aquece atualmente cerca de 1,3 °C. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês) estima que a marca dos 1,5 °C será provavelmente atingida entre 2030 e 2035. E isto independentemente da evolução das emissões humanas de gases com efeito de estufa, que estão perto do seu pico, mas ainda não estão em declínio.

Agricultura latino-americana é gravemente afetada pelo fenômeno climático “La niña".
Agricultura latino-americana é gravemente afetada pelo fenômeno climático “La niña”. REUTERS/Stringer

310 bilhões de dólares de prejuízos

De acordo com os últimos cálculos das Nações Unidas, o mundo não está de modo algum no bom caminho para reduzir a sua poluição por carbono, a fim de evitar um agravamento significativo das secas, ondas de calor e chuvas torrenciais já observadas, que têm um custo elevado em termos de vidas humanas e de impacto econômico.

Conforme o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, o mundo caminha para um aquecimento global “catastrófico” de 3,1 °C neste século, ou de 2,6 °C caso as promessas anunciadas sejam cumpridas.

Os países têm até fevereiro para apresentar às Nações Unidas os seus objetivos climáticos revistos para 2035, conhecidos como “contribuições nacionalmente determinadas” (NDC).

Mas o acordo mínimo alcançado na COP29 na capital do Azerbaijão, no final de novembro, poderá ser utilizado para justificar ambições pouco ambiciosas. Os países em desenvolvimento obtiveram US$ 300 bilhões em promessas de ajuda anual dos países ricos até 2035, menos de metade do que pedem para financiar a sua transição para o clima.

A cúpula de Baku também foi concluída sem nenhum compromisso explícito de acelerar a “transição” para longe dos combustíveis fósseis, que foi aprovada na COP28 em Dubai.

Em 2024, os desastres naturais provocados pelo aquecimento global causaram perdas econômicas de US$ 310 bilhões em todo o mundo, estimou na quinta-feira a Swiss Re, o grupo suíço que atua como seguradora para seguradoras.

Fonte: RFI

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