A China mostrou clara oposição às políticas recentes de Donald Trump. Ao apoiar a OMS após os Estados Unidos anunciarem que deixariam a organização, Pequim aposta na cooperação internacional no setor da saúde, em um contexto pós-pandêmico. Esse gesto fortalece sua influência na governança global e abre oportunidades para orientar as prioridades da OMS em função de seus próprios interesses.
Pequim também se posicionou contra o novo chefe da Casa Branca logo que o novo presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva nesta segunda-feira (20) para retirar seu país pela segunda vez do Acordo de Paris. Aprovado em 2015, o tratado internacional vincula juridicamente os seus signatários a agirem para combater as alterações climáticas e Trump já havia se retirado do compromisso uma vez, durante seu primeiro mandato (2017-2021). Mesmo antes de sua nova saída formal, que levará um ano, a medida é um golpe para a cooperação internacional que visa reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Neste contexto, as críticas da China à retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris são amparadas por um objetivo ambicioso. O país asiático prometeu alcançar a neutralidade de carbono até 2060, o que o coloca no papel de protagonista da diplomacia climática da União Europeia e de outras nações comprometidas com a questão.
China consolida seu papel
A China está consolidando seu papel em tecnologias verdes, como painéis solares e veículos elétricos. O país, aliás, acaba de quebrar seu próprio recorde mundial de instalações capazes de produzir energia renovável, de acordo com dados oficiais.
O governo chinês adicionou estruturas capazes de produzir cerca de 277 gigawatts (GW) de energia solar em 2024, acima dos 217 GW adicionados em 2023, segundo a Administração Nacional de Energia (NEA).
Além disso, Pequim expandiu sua capacidade de energia eólica em cerca de 80 MW. Isso eleva a capacidade total instalada de energia solar e eólica para 887 GW e 521 GW, respectivamente, 15% acima da meta do presidente Xi Jinping para 2030, que era de 1.200 GW.
O país investiu mais de US$ 50 bilhões (o equivalente a R$ 303 bilhões na cotação atual) nessa área entre 2011 e 2022, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE).
“A mudança climática é um desafio comum enfrentado por toda a humanidade. Nenhum país pode permanecer insensível ou resolver o problema sozinho”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun.
A China é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, mas também é o país que tem aumentado a capacidade de produção de energia a partir de fontes renováveis mais rapidamente nos últimos anos.
Fonte: RFI
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