De acordo com as autoridades do país, o fechamento das escolas e universidades foi “necessário” diante do aumento dos ataques no centro de Beirute e nos subúrbios do sul da capital, onde explosões ocorrem de maneira ininterrupta.
A destruição causada nos últimos quatro dias nesta região é equivalente a um mês de bombardeios, frisa o correspondente da RFI no país. O Exército israelense lançou a segunda fase da sua ofensiva terrestre no Líbano em 6 de novembro.
Os intensos combates ocorrem principalmente em torno de Khyam, no extremo sudeste do país, após o fracasso de uma primeira tentativa israelense de tomar a cidade há duas semanas.
As tropas israelenses estão tentando avançar na cidade a partir de três eixos diferentes e encontram forte resistência do Hezbollah. Vários combates também ocorrem na parte ocidental da fronteira, onde o Exército israelense avançou entre 4 e 6 quilômetros.
Ataques dentro de Beirute
Neste domingo, pela segunda vez desde o início da guerra aberta com o Hezbollah em 23 de setembro, a força aérea israelense realizou dois ataques no centro de Beirute, que deixaram pelo menos seis mortos.
O primeiro bombardeio provocou a morte do porta-voz do partido xiita, Mohammad Afif. Ele estava na sede do Partido Baath, no distrito de Ras el-Nabaa, a menos de um quilômetro da embaixada da França. O ataque também feriu 14 pessoas, incluindo duas crianças.
O segundo bombardeio, na noite de domingo, no distrito comercial de Mar Elias, matou duas pessoas e feriu 13. Ele teve como alvo uma loja de eletrônicos, um carro e um apartamento em uma área residencial a oeste da capital.
“Não sabemos quais bairros evitar”
Israel afirmou ainda que bombardeou “mais de 200” alvos no Líbano nas últimas 36 horas.
“Eles bombardearam o bairro de Dahiye (NR: no sul de Beiture) talvez vinte vezes. Eles bombardearam pelo menos quinze vezes por dia durante uma semana. Você ouve tudo e isso torna a vida muito difícil. É difícil dormir, é difícil se concentrar, mas sabemos para quais bairros ir e quais evitar”, disse à RFI Sary Raydan, um estudante do ensino médio de 17 anos que mora no bairro cristão de Achrafieh.
O Hezbollah confirmou em um comunicado na noite de domingo a morte “do grande líder Hajj Mohamad Afif al Nabulsi, responsável pelas relações com a imprensa” do Hezbollah, “em um bombardeio criminoso sionista”.
O Exército israelense matou vários membros do Hezbollah nos últimos meses, incluindo o ex-líder Hassan Nasrallah, além de vários dirigentes políticos e militares.
As autoridades libanesas afirmam que quase 3.500 pessoas morreram em ataques desde outubro do ano passado.
Reação do Hezbollah
Segundo o Exército israelense, o Hezbollah disparou cerca de 30 foguetes em direção à Galileia e Haifa, no norte de Israel, nesta segunda-feira. Alguns foram interceptados.
Israel tem combatido em duas frentes desde setembro, intensificando os ataques contra o Hezbollah, movimento apoiado pelo Irã, e mantém sua ofensiva contra o Hamas em Gaza, que começou em 7 de outubro de 2023.
Fonte. RFI
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