Em um comunicado, o Exército israelense afirmou que “mais de 50 aviões” atacaram durante a noite “uma instalação de produção de centrífugas em Teerã”, além de “vários locais de fabricação de armas, incluindo instalações de produção de matérias-primas e componentes usados na montagem de mísseis terra-terra”.
A agência de notícias iraniana Mehr publicou no X um vídeo mostrando várias explosões no céu da capital. O Irã também anunciou na noite de terça ataques “para punir” Israel e pediu a evacuação dos moradores das cidades de Haifa e Tel Aviv.
No início da madrugada desta quarta-feira, as forças israelenses ativaram temporariamente um alerta aéreo após a detecção de projéteis iranianos. Cerca de 10 mísseis balísticos foram lançados do Irã, mas a maioria foi interceptada.
O Exército israelense também anunciou ter interceptado dois drones na região do Mar Morto, na manhã de quarta-feira. Os Guardiões da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, afirmaram ter lançado mísseis balísticos hipersônicos de médio alcance Fattah-1, segundo a televisão estatal.
Na terça-feira, o presidente americano Donald Trump afirmou que seu país poderia facilmente matar o líder supremo iraniano, em meio a especulações sobre uma possível participação direta dos EUA no conflito, iniciado na sexta-feira por Israel com o objetivo declarado de impedir o Irã de obter armas nucleares.
Trump reúne conselho de segurança
Trump, que havia retomado em abril as negociações com Teerã sobre seu programa nuclear, reuniu na terça-feira (17) seu conselho de segurança.
Os Estados Unidos, aliados de Israel, “sabem exatamente onde está escondido o chamado ‘guia supremo’” iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, mas não pretendem “eliminá-lo (matá-lo!), pelo menos por enquanto”, escreveu o presidente americano em sua rede Truth Social, alegando controle total do espaço aéreo iraniano.
“CAPITULAÇÃO INCONDICIONAL”, também declarou, em uma de suas mensagens telegráficas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que matar o aiatolá Khamenei colocaria “fim ao conflito” e pediu aos iranianos que se rebelassem. O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou que uma “mudança de regime” no Irã significaria o “caos”.
Após o início do ataque israelense na sexta-feira, os EUA anunciaram o reforço de seu “dispositivo defensivo” no Oriente Médio, enviando o porta-aviões Nimitz para a região.
Na terça-feira, o governo americano também anunciou o fechamento de sua embaixada em Jerusalém até sexta-feira por motivos de segurança. Os Estados Unidos também anunciaram a criação de uma “força-tarefa” para ajudar cidadãos americanos no Oriente Médio.
Bomba antibunker
Caso Donald Trump decida envolver seu país no conflito, os EUA poderiam utilizar a bomba antibunker GBU-57 — a única capaz de destruir instalações nucleares iranianas profundamente enterradas.
Israel e os países ocidentais acusam o Irã de tentar obter a bomba atômica. Teerã nega e defende seu direito a desenvolver um programa nuclear civil.
Desde sexta-feira, a aviação israelense atacou centenas de locais militares e nucleares e matou os principais comandantes militares iranianos e cientistas nucleares. Na terça-feira, o Exército anunciou ter matado Ali Shadmani, outro importante comandante militar iraniano, em Teerã.
Os bombardeios iranianos e israelenses mataram civis em áreas urbanas nos dois países. Os ataques deixaram até agora, no total, 224 vítimas no Irã, segundo o último balanço oficial de domingo, e 24 em Israel, de acordo com o governo.
Na terça-feira, longas filas se formaram em frente a padarias e postos de gasolina na capital iraniana, onde as mercearias permanecem abertas, mas o Grande Bazar, o principal mercado da cidade, está fechado.
Um ciberataque paralisou na terça-feira o banco Sepah, um dos principais do Irã, segundo a agência de notícias Fars. A imprensa iraniana também relatou uma interrupção generalizada da internet, sem especificar a origem.
Fonte: RFI
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